quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Indico a leitura!


Atualmente, as escolas de “artes marciais” se espalham por todo o mundo. No Brasil são inúmeras as linhas e correntes dessas artes orientais a se multiplicarem sem par, quer sejam de origem chinesa, coreana ou japonesa, enfim, o consumo pela população tem aumentado assustadoramente. Quando se pergunta a um aluno o porque de ele treinar “artes marciais”, logo vem aquela mesma resposta: “Bem, eu treino para me defender, a violência tem crescido tanto nos últimos tempos!”  Tal aluno encontra um ambiente propício, em muitas escolas, para extravasar sua ira interna e preparar seu corpo para a luta. As pessoas desde cedo são encorajadas e dirigidas para a competitividade! Nos discípulos mais jovens facilmente percebe-se as rivalidades brotarem, treinam muito para serem os melhores, para conseguirem uma faixa e então exibi-la como grau de capacidade e superioridade, enrijecem o corpo treinando seus músculos com a intenção de tornarem-se mais fortes, chutam cada vez mais alto, quebram o máximo de tijolos possíveis. Dessa maneira os discípulos mostram ao público e as pessoas em geral, como sua arte é boa e melhor que da outra escola. Desenvolvem técnicas e estilos e comparam com outros numa competitividade para saberem qual é o melhor. Torneios são organizados para que os alunos dessa ou daquela escola, desse ou daquele estilo, provem suas eficácias e vençam mostrando a superioridade de suas técnicas e de suas academias. Anos a fio venho observando, nas “artes marciais” em geral, comportamentos de alunos e “mestres”. O universo da maioria das pessoas é muito restrito, a sociedade em geral possui uma doutrina filosófico-social baseada no materialismo bruto e grosseiro, em todos os níveis de relações ocorrem às competições. As pessoas competem no trabalho, competem nas escolas, nos vestibulares, nos esportes, na religião, nas ciências, os países competem economicamente e sócio filosoficamente. O que importa as pessoas é encontrarem um “status” de soberania e poder social, não importando os caminhos e as lutas travadas para se conseguir tal feito. Em nosso mundo é necessário estar por cima e para estar por cima é preciso vencer, pois, quando se esta por cima se é o vencedor e existirá sempre alguém por baixo e muitos perdedores. No mundo materializado e bruto em que vivemos, pouco resta para o espírito e a alma, contudo, as antigas Artes da Mestria Oriental, caíram em total esquecimento por parte da maioria dos praticantes atuais. Antigamente os modelos dos discípulos eram seus líderes espirituais que sabiamente os conduziam à iluminação espiritual da alma. Hoje os jovens praticantes têm como modelos e guias filmes medíocres onde, só aparecem as lutas nuas e cruas dos tiranos do ódio, contra o aparente estado do bem e do amor. Os filmes com respeito a “Shaolin” são indescritíveis, usa-se o nome de “Shaolin” em títulos de quase todos os filmes. O consumismo de filmes de “artes marciais” é como o consumismo de filmes pornográficos ou de títulos sem aparente seriedade, fúteis. Nessas circunstâncias o jovem discípulo entra na academia para treinar Kung-Fu, com esses modelos em mente, sua meta é ser tão bom, forte e hábil quanto o astro do cinema, manejar armas brancas como ninguém. Poucos são os instrutores e mestres com capacidades e conhecimentos suficientes para introduzir e encaminhar o discípulo em outras direções, a maioria dos instrutores não possuem uma formação espiritual e filosófica à altura, sendo assim, sua escola será conduzida dentro dos padrões atuais da sociedade. Existem muitas escolas com intuito altamente comercial onde os instrutores estão na maioria do tempo preocupados com o número de alunos, para saber se o retorno será lucrativo ou não. Desta maneira o nível de aprendizado tende a decair. O que fazer diante de uma situação assim?

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