quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Nascimento!




Que neste Natal & Novo Ano a "família" do Karatê-Dô mundial também reflita sobre a sua natureza espiritual, fisico-mental! Conscientes do objetivo maior da Nobre Arte, de contribuir para um mundo mais pacifico, superando as fraquezas existenciais nos vários aspectos da vida humana, sobre tudo na escravidão do ego e da sua insignificância no Caminho verdadeiro!

Da responsabilidade de formar e aplicar conceitos e valores fundamentados na dignidade do respeito acima de tudo, considerando o modismo da disputa entre o ganhar e o perder sinônimos da vaidade e da soberba, ervas daninhas do crescimento interior!

Compreender que a Divindade esta presente em todos nós e que a grandeza do homem é medida pela escolha que faz na evolução da sua jornada!

Que os erros contra o próximo poderão ser corrigidos, porem jamais apagados da memória, marcados para sempre na história de uma vida, enraizados no caráter e influenciando continuamente a construção ou a destruição do seu semelhante conforme tais atos!

Que o próximo é uma extensão de si mesmo, portanto colaborador no auto aperfeiçoamento e assim, em constante processo de harmonia, equilíbrio e paz duradoura de geração à geração!


Prof. Sylvio Rechenberg


Feliz Natal 2012 & Novo Ano de Saúde e Paz!!!

 



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

Caráter!


Quando o entusiasta vem até junto de uma fonte, crê que a fonte seja sua "luz". Logo o entusiasta já é parte da fonte e dela se valha para a vida. Adiante se vão meses, anos de prática intensa, sacrifícios e luta sem fim. Cada dia é uma vitória e cada vitória é uma soma na trajetória do Caminho almejado. Passos lentos, firmes, decisivos, construtivos, fundamentados com o suor na fronte, criam raízes e se mantem.

Até que o exterior começa a falar mais alto que o interior, geralmente nas fraquezas. Muitas vezes envolto por familiares próximos e amizades duvidosas, aos poucos se desvia e corrompe a jornada.

Muitas barreiras, tropeços e fracassos são oriundos das influências paralelas. Influencias que distorcem a continuada e aguerrida busca interior genuína. Não raro se vê pessoas manipuladas por falsas expectativas, ansiedades, objetivos vazios, pretensões infantis, ilusões materiais e inversão de valores.

Contudo, aqueles que ultrapassam o limite do ego e de tudo que dele provem, se incorporam na vasta casta do legado superior, desbravado pelos homens de aço que se forjaram na imutável e inabalável manifestação de um "caráter samurai"!


Prof. Sylvio Rechenberg

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

“Uns” dos outros!

Existem os que desistem e os que persistem no Caminho,
Enquanto Caminho, existem escolhas,
Enquanto escolhas, existe o ego,
Enquanto ego, existe o fracasso!
No Karatê-Dô, os fracassos fortalecem a batalha,
Fazem parte do Caminho, vivenciados todos os dias,
Aceitar sua lição é demonstração de humildade,
Ignorar a limitação é demonstração de imaturidade,
Os que vivem pelo ego sucumbirão por ele,
Os que vivem pela “paz” cedo ou tarde encontrarão o Caminho!

 
Prof. Sylvio Rechenberg


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

KARATÊ-DÔ E O CRESCIMENTO INTERIOR

Nascemos vivemos e morremos, ciclo natural do desenvolvimento humano. O inesquecível primeiro dia de um KarateKa, é o dia em que o futuro aspirante a membro efetivo de uma organização milenar, se vê diante de um mundo totalmente intocável e inalcançável. Na sua visão de leigo aprendiz marcial, a ansiedade se manifesta instantaneamente. Com os olhos inconstantes, sem saber aonde olhar e o que pensar, sua mente irradia um mundo de dúvidas; perguntas sem respostas. É onde o primeiro momento de crescimento se manifesta. Poder; Conseguir e ser Capaz, são então suas primeiras experiências consigo mesmo. Aprender o que significa ser um KarateKa, é o que se traduz com o passar dos anos, no suor constante da fronte, em meio a fidelidade com a arte, com sua escola e com seu professor, no amadurecer do sentimento de humildade e justiça, revelados pela atitude sublime da educação e o respeito consigo mesmo e com o próximo. Ser um KarateKa, na verdade, representa assumir a responsabilidade de cultivar a essência do ser humano, no sentido de valorizar a vida cada vez mais no seu aspecto espiritual, em contato com o seu centro interior. São muitos os caminhos que trazem alguém para o Karatê-Dô; estímulos externos dos mais variados. A falta de informação, inicialmente se contesta com a necessidade de buscar algo mais numa prática marcial milenar tradicionalmente verdadeira e nobre. Numa arte que revela seus segredos com o amadurecimento da sua prática e com o enraizamento filosófico que a rege. É notório que hoje o mundo no qual convivemos se caracteriza cada vez mais pela competitividade e conseqüentemente busca sua realização nas coisas da matéria, adquirindo mais, querendo mais, acabando por tornar-se seu escravo. Logo se percebe que o peso na balança de valores, torna-se totalmente evidente no contexto material, fazendo com que haja um desequilíbrio interior e conseqüentemente a falta da grande paz. O Karatê-Dô resgata através da sua verdadeira prática marcial, muito mais do que apenas, simplesmente somar troféus e medalhas, ou títulos registrados em eventos. Da mesma forma, um aluno que hoje se inscreve numa academia séria de Karatê-Dô deve ser conscientizado e educado de acordo com o real significado da Arte Karatê-Dô. O espírito marcial deve permanecer fervorosamente inabalável durante toda a vida de um KarateKa, independente de conquistas metálicas criadas da matéria, ou de decisões conclusivas baseadas por regulamentos humanos. Mas deve ser construído em bases firmes e concretas, que o sustentarão por toda a vida, não importando a idade, mas sim seu empenho em lutar continuamente com o maior de todos os inimigos, o seu "EU" interior.

Prof. Sylvio Rechenberg

sábado, 17 de novembro de 2012

O legado perdido.

O objetivo das verdadeiras Artes Marciais a partir do século VI D.C. é centrado no contínuo auto aperfeiçoamento baseado no esforço, na disciplina rigorosa e na fervorosa determinação da superação de si mesmo, confrontando-se sempre, para chegar ao estado de evolução que satisfaça sua existência, considerando o tripé da vida humana, que é o corpo, a mente e o espírito inabalável.

Durante trinta anos no sacerdócio de professor, educador e mediador no extraordinário mundo do Karatê-Dô de Gichin Funakoshi, acompanho inúmeros iniciados no Caminho de O'Sensei. Constato que poucos, muito poucos mesmo, são "carregados" pelo ideal da sabedoria na busca, no confrontamento das limitações, na virtude da humildade e na valorização dos princípios fundamentais.

Percebe-se que a espantosa maioria dos iniciados, infelizmente é movida pelo ego, mesmo conscientes dos desígnios da Arte maior, porem "cegos" ao Caminho original. É muito mais fácil combater ao outro do que a si mesmo! A satisfação na derrota do semelhante é mais atrativa do que a ausência de conflito.

Lamentavelmente nos nossos dias, o que mais se vê, são treinadores se auto denominando professores, ensinando unicamente técnicas, táticas e estratégias de luta que por sua vez deveriam ser cuidadosamente transmitidas aos pupilos, progressivamente orientados com cautela, conforme os padrões universais deste legado construído ao longo dos séculos.

Os antigos mestres já sabiam da sua letal conseqüência, se mal empregada, transmitida para pessoas erradas, com caráter duvidoso e de má índole. Da destrutiva e crescente onda de violência que poderia se desenvolver a partir de tais atitudes ante éticas, imorais e irracionais, além de difamar, corromper e destruir o legado verdadeiro, que por interesses pessoais e prosperidade financeira, se auto afirmaria no mundo capitalista, oportuno para o caos em que vivemos.

Hoje, vemos pseudo faixas pretas, que por razões às avessas, sucumbem na inconseqüência casual dos modismos deste tempo de euforias.

Onde se constrói a guerra se conquista os "mortos".
Onde se constrói a paz se conquista a vida!

O "esforço e a construção" estão dentro de cada um de nós...
Assim, também estão a "fraqueza e a destruição"!


Prof. Sylvio Rechenberg





sábado, 20 de outubro de 2012

A escolha!

Atualmente manifesta-se o interesse cada vez maior pela competitividade no campo da fraqueza e da insegurança humana, relacionada diretamente com o ego, considerando assim também a vida como palco diário desta ação equivocada, mal interpretada.

A tal competitividade nos dias atuais se deve ao fato da maior parte das pessoas encararem suas vidas desta maneira, infelizmente impulsionados pela mídia oportunista, alimentando a ganância, despertando a vaidade e o materialismo consumista.

O que a vida cobra como necessidade fundamental e incontestável é a nobreza do esforço no trabalho em prol da própria sobrevivência em sociedade, sem contudo cair em disputa com os semelhantes confrontando com os outros, nem priorizando ou almejando vantagens pessoais. Salvaguardando a unidade do auto aperfeiçoamento construtivo no aspecto físico, mental e espiritual respectivamente!

No Karatê-Dô, sua prática assim como a vida se faz com o mesmo espírito!


Prof. Sylvio Rechenberg

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Palavras do Fundador!

 
" Cada ano no mês de abril, um grande número de novos alunos matriculam-se nas aulas de Karatê dos departamentos de educação física das universidades - a maioria deles, felizmente, com o objetivo na construção do seu bem estar espiritual e no fortalecimento da sua forma física. No entanto, há sempre alguns, cujo único desejo é aprender Karatê para fazer uso dele em uma luta. Estes, quase inevitavelmente, abandonam o curso antes da metade de um ano, pois é quase impossível para qualquer jovem, cujo objetivo é tão tolo, de continuar por muito tempo no Karatê. Apenas aqueles, com um " ideal maior ", encontram no Karatê o interesse suficiente para perseverar nos rigores que ele exige! "

Gichin Funakoshi  O'Sensei

Atente:

Naquele tempo, o Karatê-Dô éra ensinado sob a supervisão rigorosa de Gichin Funakoshi O'Sensei, juntamente com seu corpo de professores especialmente preparados para tão nobre função, cientes da responsabilidade do único propósito ao qual o Karatê-Dô foi criado! 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

" Se você tem um olho focado no seu objetivo, você tem apenas um olho para ver onde está pisando "!


Isto exemplifica bem o Karatê-Dô de O'Sensei Funakoshi. Você deve aprender sem nenhum objetivo material, sem nenhum outro interesse específico diferente do que o de aprender tanto quanto você pode sobre si mesmo!
 
Ao longo deste "Caminho", durante este processo, você vai avançar em direção a um objetivo que não é seu objetivo, mas é inevitável se for bem orientado e se você "sinceramente confrontar-se em cada sessão de treinamento" de alcançar a quintessência desta Arte extraordinária!

domingo, 19 de agosto de 2012

O “karatê” da imaturidade!


O Karatê-Dô é vitalício, logo o estudo da pratica visa a manutenção do aprendizado para a vida toda e para todos os dias da nossa vida!

Isto significa que não procuramos a academia para nos preparar para uma estúpida competição ou por simples hobby, ou para entrarmos em forma almejando um corpo enxuto, esbelto ou do tipo “atleta”. Mas, freqüentamos a academia para aperfeiçoarmos as nossas qualidades construtivas, nossas virtudes, nosso caráter, nossas habilidades motoras, mentais e sensoriais, aprimorando assim a capacidade instintiva da legitima auto defesa em amplo sentido, ( físico, mental e espiritual ), tão necessária nos dias atuais,  conscientizando sobretudo da insignificância do ego e da  ilimitada valorização da vida, e assim, seguir os princípios filosóficos e ideológicos desta Arte Marcial criada para este nobre fim!

Aquele que não compreende estes aspectos, se esforça desfocadamente, perde tempo e sacrifício, sem jamais obter o resultado pretendido com a pratica correta durante sua vida. Muito menos assimila ou absorve os conceitos e os princípios fundamentais do Karatê-Dô, podendo praticar qualquer outra coisa e obter os mesmos resultados dos que esta erroneamente, equivocadamente sonhando alcançar aqui, sem no entanto, vivenciar o real significado do Caminho das Mãos Vazias, “ O Karatê-Dô “! 

Estes aloprados, infelizes sonhadores, logo sucumbem diante das circunstancias da vida real, desistem do Caminho e abandonam a prática, com a desculpa da idade, dos compromissos, da limitação de confrontar contra os outros por conta da falsa ilusão da pretensão competitiva, e por fim, por não acreditarem mais em si mesmos!

Enquanto que o verdadeiro desafio esta dentro de cada um de nós, ilimitadamente superior às conquistas de brinquedo!


Prof. Sylvio Rechenberg



domingo, 8 de julho de 2012

Marciais ou marginais?


Alguém que se compromete em ensinar, transmitir conhecimento, conscientizar sobre alguma coisa, tem uma responsabilidade impar, em assumir para si a ética e a extrema fidelidade com o que esta sendo proposto aos respectivos pretendentes a estas informações.

O produto que se almeja conquistar é a formação e a ampliação de um segmento da população, conhecedora do que é falso e do que é verdadeiro com relação a determinado assunto.

Minha intenção em fazer este comentário inicial se deve ao fato de acreditar fielmente nos princípios propostos pelo sacerdócio de educador e pela concordância absoluta do ideal prescrito e enfatizado pelo fundador do Karatê-Dô, Gichin Funakoshi O’Sensei!

Na maioria das vezes se vê “academias”, oferecendo aulas de “lutas”, mencionadas como “artes marciais”,  para qualquer pessoa, inclusive crianças e adolescentes, que por sinal, nos dias atuais, são as mais visadas por este tipo de mercado. Pessoas que sem nenhuma noção do que estão por aprender, se submetem a uma instrução pseudo-pedagógica onde os “instrutores”, lançam formulas mirabolantes de “vencer” disputas em confrontos, ditos esportivos, sem considerar o que este tipo de ação pode fomentar mais adiante, considerando o fascínio e ao mesmo tempo a fraqueza humana pela “ação” destrutiva...

Educar, uma palavra chave para a solução de problemas e principalmente para a inter-relação social e o convívio em sociedade.

O papel das autenticas Artes Marciais sempre foi e sempre será o de propor uma forma de auto defesa que permita sociabilizar, viver em harmonia, conhecer a si mesmo para respeitar aos demais, mas acima de tudo, assegurar a paz e conter o conflito!

O mundo passa por um caos de identidade, onde a ganância estipula o universo ilimitado do “ego”, onde a globalização ergue sua bandeira do momento.

Ser mais, ser o melhor, o principal, o maioral, este é o ditado da mídia frente a massa sedenta de inovação e prestigio preconizado pelo modismo. Contudo a educação como referencia básica de ordem e de progresso consciente, não esta sendo observada.

Isto se evidencia cada vez mais nos resultados negativos, pela perda dos valores, dos conceitos da moral e dos bons costumes, nos vários quesitos da vida, dita “moderna”.

A cada dia se constata direta e indiretamente o estimulo da manifestação violenta do ser humano e a falta de educação das pessoas,  pela televisão, pelos jornais e pela mídia em geral, pois é este tipo de acontecimento que traz audiência, ao ibope pretensioso, e assim, alimentando a sub-cultura e a distorção do foco verdadeiro que deveria contribuir para a “Formação do Ser”!

Em alguns canais televisivos se divulgam acontecimentos bizarros, onde os locutores evidenciam como “artes marciais” aquilo que ali infelizmente presenciam. Lamentável visão de um futuro cada vez mais pobre, carregado das demonstrações vexatórias de um tempo presente, sem pudor, sem escrúpulos, sem o mínimo de consideração dos verdadeiros preceitos e dos valorosos ensinamentos dos grandes mestres do passado, aos quais se deve  honra e gloria pelo legado construtivo para o bem e para a dignidade humana.

Isto tudo faz refletir sobre o que se quer e o que se espera no contexto de uma sociedade mais humana, igualitária, saudável e segura para se viver!

Infelizmente estas gerações que ali se espelham, frente às danosas evidencias negativas da influencia deste caos, geram os lucros, o poder, o controle absoluto das massas e a predisposição ao fracasso e a decadência das artes marciais.

Pior é verificar que a imagem do que um dia já foi refinado, esculpido e lapidado pelos artífices marciais do oriente, esta a mercê da sorte maldita de um sistema decadente que por sua vez quer achar soluções para o problema crescente da violência no país!

O fato se deve não somente aos desvios de conduta ética dos oportunistas, mas a  triste constatação do uso indevido da informação no que tange aos meios de comunicação sobre este assunto, e com isso envergonhar uma causa nobre, que a história aponta nos incontáveis exemplos de sabedoria e sacrifícios que os precursores nos deixaram, e da real intenção das Artes Marciais na educação de um povo!

Colherão seus frutos...

Prof. Sylvio Rechenberg 

domingo, 1 de julho de 2012

A energia!

* O texto descrito neste vídeo se encontra traduzido e transcrito abaixo:


...Quando o soco se conecta com o movimento do quadril e a sua respiração, então o seuGyaku-Tsuki” está quase completo.
O importante finalmente é a sua respiração e a mentalização apropriada.
A respiração Ideal vem com a sua mentalização ideal.
A mente conduz a respiração.
A respiração conduz o corpo.
Estes formamUm” sómente.
Qual é o primeiro?
A mente”.
Estou falando no sentido emocional.
Isso significa "com a" mente consciente.
Que é a parte principal da mente.
O que é respiração?
Respirar é a "energia", que vem da mente subconsciente.
E essa "energia" vem toda com sua respiração.
Em seguida, o corpo segue automaticamente.
Assim, o nível ideal de prática que faixas-pretas estão procurando é esta mente plena, principalmente o subconsciente, com esta "energia", que é chamado de "ki" ou "chi", onde o corpo se torna "Um".
Isto permite a sua mais forte energia sair.
Isso tudo está conectado com seus fundamentos.
Fundamento por si só, movimento físico, movimento mecânico, por si só não existe.
Como você sente isso, é o que conecta o corpo e a mente!
Isso é bom!
                     

Tsutomu Ohshima ‘Sensei (discípulo direto de Gichin Funakoshi).

domingo, 24 de junho de 2012

Caminho do guerreiro (O código)

Bushido, significa literalmente, "caminho do guerreiro" - era um código de honra não-escrito e um modo de vida para os samurais (a classe guerreira do Japão feudal ou bushi), que fornecia parâmetros para esse guerreiro viver e morrer com honra.

"Seguir o bushido, é dar ênfase à lealdade, fidelidade, auto sacrifício, justiça, modos refinados, humildade, espírito marcial e honra acima de tudo, morrer com dignidade". 

Bushido é formado e influenciado pelos conceitos do Budismo, Xintoísmo e Confucionismo. A combinação dessas doutrinas e religiões, formaram o código de honra do guerreiro samurai, conhecido como bushido. 

No geral, guerreiro é aquele que busca seu próprio caminho. Muitas pessoas podem estar perfeitamente buscando o caminho sem saber disso. Guerreiro é a pessoa que tem um objetivo, e que por meio deste, passa a ter consciência de seu dom e suas limitações. Através dessa consciência, o guerreiro atinge sua meta, combinada com a vontade de vencer fraquezas, temores e limitações. 

O termo bushi não pode ser designado a qualquer um. A casta guerreira se distingue das demais por sua fidelidade e honra, a palavra do guerreiro vale mais do que tudo. 

A etiqueta deve ser seguida, todos os dias da vida cotidiana, assim como na guerra, pelos samurais. Sinceridade e honestidade são as virtudes que avaliam suas vidas. Transcender um pacto de fidelidade completa e confiança esta ligado à dignidade.

Os samurais também precisavam ter autocontrole, desapego e austeridade para manter sua honra, em função disso, podemos dizer que o samurai é o guerreiro completo e seu código de honra - o bushido - tem forte influência no estilo de vida do povo japonês e oferece uma explicação do caráter e da indomável força interior desse povo.

Código de honra:

CHU:  Dever de Lealdade.
GI:  Justiça e Moralidade, Atitude correta.
YU:  Coragem, Bravura heróica.
JIN:  Compaixão, Benevolência.
REI:  Polidez e Cortesia, Amabilidade.
MAKOTO:  Sinceridade, total Veracidade.
MEIYO: Honra.



 



sexta-feira, 8 de junho de 2012

“ Descaminho ”


O dom de aprender esta na alma!
Ninguém aprende sem que a alma esteja presente!
A Arte não se aprende com a vontade, mas com a necessidade espiritual da busca!
A busca não é do corpo, mas do “ser” interior que existe em cada um de nós!
Este “ser” não é o “ser” materializado pela vaidade, mas o “ser” da liberdade incondicional!
Não existe estimulo, muito menos condição para praticar a Arte!
A essência esta num estado puro de espírito, pronto para vivenciar a lição!
A prática muito mais do que o “resultado” da prática é o segredo da satisfação!
Não existem caminhos diferentes para se chegar a sua compreensão! Somente “UM” leva o praticante ao ápice da busca, este “Caminho” é o trilhado pela sabedoria do passado, onde os conceitos, os valores, as virtudes, são embasados no desenvolvimento espiritual, no amadurecimento, na evolução construtiva do homem, simplesmente porque aqueles que criaram a Arte, não a criaram pela recompensa mundana, ou para brincar de luta, nem para simples esporte, mas pela nobre necessidade da sobrevivência, caracterizada unicamente pelo respeito a vida, e nela, a manifestação exclusiva da alma!
O derradeiro Caminho do Karatê jamais se encontra nos atalhos, mas na longa e firme caminhada, porem  aqueles que enveredam por modismos esportivos atrás de títulos ou premiações de qualquer tipo, tão logo se frustram, desanimam e abandonam a jornada! Outros que por sorte casual se prendem as mesmices, tão logo se findem, ficarão na lembrança temporária, cairão no esquecimento, a empolgação se apaga, a emoção termina e também abandonam a jornada! Durante o curto tempo da mocidade existem os deslumbres da fantasia e o fascínio pela ilusão da conquista lúdica, porem quando as expectativas se revelam e a verdade se fixa no entendimento do intelecto, o tempo perdido no caminho errado nunca mais se recupera, limitada se torna a realidade e o juízo por fim estabelece o real sentido da razão! O Karatê-Dô não é para poucos anos, mas para a vida toda, assim era o desejo de O’Sensei! “


Autor: Prof. Sylvio Rechenberg



domingo, 20 de maio de 2012


“ O objetivo do Karatê não se encontra na vitória ou na derrota, mas na   perfeição do  caráter de seus praticantes! “
                                                                                                      Gichin Funakoshi - O'Sensei

quarta-feira, 16 de maio de 2012

“ Você não deve praticar Karatê-Dô para ser o melhor mas para ser uma pessoa melhor! “

                                                                                        Takashi Kyooka’Sensei

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma data para reflexão! (26-04-1957)

Hoje dia 26 de abril, a 55 anos atrás, a escola Shotokan perdeu seu grande líder, um “Norte”, tornando órfão um legado, um “tesouro”, um “Caminho”!

Vivemos num mundo cada vez mais marcado pela violência urbana, pela trapaça, pela cobiça, pela vaidade, pela inversão dos valores, pela falsa sinceridade, pela falsa amizade, pela falsa “identidade”, e com as pessoas mais preocupadas com a satisfação pessoal do que com a compaixão alheia!

Onde curiosamente o sangue derramado em pancadarias absurdas não é em função de uma luta pela sobrevivência e legitima defesa pessoal, mas por fama e fortuna, colocando em evidencia a maldade humana e a pobreza de espírito! Impulsionados por mercenários, como “lobos em pele de cordeiros”, apoiados por uma mídia sensacionalista, oportunista, despreocupada e omissa com o reflexo deste tipo de aberração, na formação e na educação do seu povo, influenciando as novas gerações, contaminando o entendimento e corrompendo uma cultura milenar extraordinária, incentivando a estupidez e ao descaminho do verdadeiro papel das artes marciais na sociedade!

Contudo, felizmente a “nobre Arte” do oriente, fundamentada como genuína arte marcial, ponto de partida de um exemplo de humildade, sacrifício, responsabilidade, honradez e virtudes construtivas, onde as atitudes em sua história definiram seu perfil, ainda tem guarida na eterna missão da continuidade absoluta, na vocação da ética , na manutenção dos princípios e na fidelidade incorruptível de alguns poucos “samurais” comprometidos na missão maior de conter o conflito, “Budô”, e apaziguar o espírito através do estudo e da prática correta do Verdadeiro Karate-Dô de Gichin Funakoshi - O’Sensei!

Professor Sylvio Rechenberg

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A ordem de O'Sensei!









" Para difundir o Karate-Dô se estudou um tipo de kumite livre que só se realizava nas demonstrações. Com o passar do tempo este tipo de kumite começou a ter outro caráter, que se desviava do caráter do espírito Budô. Em 1940, Mestre Funakoshi o “proibiu ” e em 1941 ratificou esta proibição, advertindo aos estudantes, que eles seriam expulsos caso participassem de campeonatos. Entre companheiros de classe e como método de estudo era permitido, porem jamais foi permitido com o objetivo de ganhar campeonatos! "


Mestre Motonobu Hironishi (discípulo direto de Gichin Funakoshi )

sábado, 17 de março de 2012






localizador ip

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MEDALHAS PARA ARTES MARCIAIS??? III



“ A arte do Caminho das Mãos Vazias foi criada para o auto-aperfeiçoamento e conseqüente defesa pessoal, física, mental e espiritual; possui um caráter formativo e de amadurecimento construtivo, buscando conter o conflito sob todos os aspectos (Budô). Conforme a orientação do seu fundador mestre Gichin Funakoshi O-Sensei “ No Karatê não existe atitude ofensiva “, portanto a partir deste principio fundamental, as ações e manifestações de uma conduta favorável ao ego, predominante nas competições esportivas de todo tipo é inadmissível aqui; onde, além de gerar sentimentos de soberba, estabelece conceitos e valores distorcidos com a realidade, desvirtuando o Caminho e promovendo o conflito, considerando alguns poucos em detrimento da maioria, mas enfatizando contextos lúdicos e do agrado da mídia, porém, absolutamente nada tendo em haver com o Karatê-Dô de O-Sensei Funakoshi!



A má interpretação e a pratica equivocada de sua arte era o que mais preocupava O-Sensei Funakoshi; o fato de que viesse a ser corrompida, utilizada em "disputas vãs", despertaria nos praticantes um perigoso e nocivo sentimento de vaidade e prepotência, não contribuindo em nada nos aspectos formativos, danoso para o real objetivo do Karatê-Dô. No ano de 1940 Gichin Funakoshi O’Sensei proíbe os seus alunos de executarem Jiyu Kumite ("combate livre") por verificar o desejo de competição, pois esta prática induz a um espírito de violência, contrário à essência do Budô. Obviamente O’Sensei já sabia antecipadamente o que a simples prática comum da luta, pode causar se mau empregada, priorizada como um simples esporte.




Considerando a fraqueza humana e a sutil capacidade de vangloriar-se aleatoriamente em contenda contra outrem, mesmo sem a justa atribuição em defesa da própria vida, desperta no estudante a falsa ilusão de vitória e o perigo da influencia negativa sobre o foco verdadeiro.




Infelizmente após a sua morte em 1957, este tipo de prática iniciou e cresce a cada ano. Lamentável verificar-se no dias atuais, que a grande maioria dos “professores” atuam como simples “técnicos desportivos", sem a mínima responsabilidade na formação do caráter, muito menos na correta instrução no estudo do Karatê-Dô na vida destes estudantes, entusiasmados, iludidos com o “comum”, com o “lúdico” na sociedade moderna. Até mesmo crianças sendo instigadas a lutar contra outras crianças, em troca da "premiação material" e da "satisfação do derrotismo do seu semelhante"! "
Me pergunto: Aonde chegaremos lá adiante ? Que virtudes se verão? Que valores existirão?
KARATÊ NI SENTE NASHI 空手に先手無し

Prof. Sylvio Rechenberg

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MEDALHAS PARA ARTES MARCIAIS??? II

" No mundo desportivo a competição é técnica, pode-se progredir através da luta entre pessoas. Mas que lugar ocupa ela na vida humana? Conceber o Karatê como Budô volta a situá-lo entre a vida e a morte. Não se trata apenas de uma competição técnica. Trata-se da maneira de se comportar e de enfrentar o adversário em situações em que a vida entra em jogo. Devemos construir a via do karate, a via da verdade, a via que nos leva aos mais altos cumes. Para tal é preciso retornar ao ponto de partida, ao ensinamento de mestre Funakoshi. Interrogar-se sobre o que o passado nos transmitiu, estudar nas outras disciplinas do Budô, procurar uma técnica superior e estabelecer o Karatê como uma arte marcial de valor, procurar, enfim, o aperfeiçoamento da via do Karatê, é esse o nosso dever face ao mestre. A nossa vocação é de fazer avançar um passo, ou mesmo um meio-passo, o trabalho que nos deixou mestre Funakoshi..."


Shigeru Egami

sábado, 28 de janeiro de 2012

MEDALHAS PARA ARTES MARCIAIS??? I

Taizen Deshimaru o grande mestre Zen dizia que atualmente muitas pessoas praticavam artes marciais na Europa, nos Estados Unidos e em todos os paises do Ocidente, e até mesmo no Japão sem realmente estarem no caminho do Budo. E o sentimento geral era que os princípios e a filosofia do Budo não tinham nada a ver com a prática das artes marciais , mas como esportes. Parece que isto continua até hoje ao se ver o entusiamo da mídia ao Brasil conseguir uma medalha de ouro no "Karatê" esportivo. Muitos praticantes de artes marciais não estão seguindo os ensinamentos de uma transformação interior para se viver de forma mais lúcida e consciente o que é a a verdadeira base do Bushido.




Será porque não querem ou porque estão mal infomados?




A resposta correta é muito importante. Para alguns as artes marciais estão sendo simplesmente usadas como diversão ou profissão e são esportes como quaisquer outros. Mas as pessoas que querem viver suas vidas em uma dimensão mais elevada precisam compreender que as artes marciais tradicionais são “Caminhos de Vida” ( DÔ ). Evidentemente que ninguém deve ser obrigado a fazer nada nem tampouco receber criticas por gostar disto ou daquilo mas desde que saiba realmente o que está fazendo e tenha noção da diferença entre uma coisa e outra. Alguns agem sem ter consciência de que são como crianças brincando com carros de brinquedo, enquanto outros dirigem carros de verdade. È bom brincar, mas confundir brincadeira com assunto sério é irresponsabilidade. Eu não tenho nada contra esportes; eles treinam o corpo e desenvolvem a energia e a resistência e o espírito de equipe e até pratiquei alguns deles. Mas o espírito de competição e a energia que cerca atualmente a prática dos esportes, isso não é uma boa coisa, pois reflete uma visão distorcida da vida. A raiz das artes marciais não está nisto.




Alguns professores de artes marciais e certas entidades que os organizam , creio, são parcialmente responsáveis por essa situação. Eles treinam o corpo e ensinam as técnicas das artes marciais, mas não fazem nada pela consciência dos praticantes. E o resultado disso é que seus alunos lutam nas artes marciais mal interpretadas focados apenas em vencer, como crianças brincando de guerra. Não existe desenvolvimento de sabedoria neste tipo de abordagem e ele é completamente inútil para a organização de suas vidas sendo que as técnicas aprendidas nos Dojos acabam não tendo nenhuma utilidade para que vivam melhor o dia a dia.




Os esportes competitivos acabam sendo apenas diversão e no final, devido ao espírito de competição, eles desgastam o corpo e prejudicam a saúde que será cobrada quando tiverem idade mais avançada. É por isso que as artes marciais tradicionais orientais , deveriam lutar para recapturar sua dimensão original de “Caminho de Vida”.




No espírito do Budo a vida diária é já naturalmente submetida a uma disputa.




Devem existir prêmios a cada momento, ao se levantar pela manhã, ao trabalhar, ao comer, ao ir para a cama ao receber nosso salário ou averiguar o resultado do balanço de nossa empresa. O nosso dia a dia, deveria ser nossa quadra, o nosso lugar de praticas, para a maestria sobre si mesmo.




A idéia de se ficar realizando campeonatos a todo tempo, acabando um e começa outra acaba gerando o que Deshimaru chamava de "Campeonite" que acaba se tornando uma doença mental. Basta ver como certas pessoas se fanatizam e concentram grande parte de suas vidas usando seu tempo para saber quem ganhou, quem perdeu, quem vai vencer, quem é o primeiro etc. Que beneficio real tem com isto. È claro salvo muitos na mídia que acabam vivendo bem se envolvendo com a “campeonite”. Evidentemente que esta atitude é uma visão estreita da vida!




Não quero dizer que uma pessoa nunca deva ser um campeão, porque não? É uma experiência como qualquer outra. Mas não se deve tornar isso uma obsessão, um fanatismo, a todo tempo e motivo para discusão e até brigas e desentendimentos. Há gente que é espancada e até morta nos estádios com certa freqüência. Arte da espada, a lança, arco e flecha, ou simplesmente a luta com os punhos elas são quase tão antigas quanto a própria humanidade, porque o ser humano sempre precisou se defender de ataques e caçar para alimentar a si e a sua tribo. Uma forma de luta sem armas foi desenvolvida inicialmente na China, na época de Bodhidharma, que depois acabaram se tornando os atuais , Aikido, Karate, Judo, Tai-chi, etc., e assim estes monges puderam se defender em qualquer ocasião e que deram aos monges a capacidade de tirarem vantagem de meios naturais de defesa, adaptados em cada caso para a energia da pessoa e eram provavelmente uma coleção de movimentos, golpes, fintas e truques, passadas de um homem para outro no curso de suas jornadas, assim como eles trocavam suas poções e receitas - plantas, massagens especiais, etc.- ou suas técnicas de meditação. Eles também compartilharam as experiências que lhes ensinaram lições, morais ou de natureza prática, relevantes para suas vidas e tudo isto foi incorporado nos ensinamentos das artes marciais tradicionais. Os monges viajantes carregaram todos os seus conhecimentos da China para o Japão, aonde, se espalhando a partir da região de Okinawa, eles tiveram um sucesso espetacular.




È preciso se ter em mente as razões reais aos se buscar uma academia de artes marciais e aqui lanço este alerta aos interessados em Budo, para evitar que acabem praticando apenas esportes como o futebol, uma dança, ou um tipo de ginástica sem o verdadeiro espírito do Budo, ou seja, da busca do conhecimento interior e harmonia com o Universo para viver melhor.




Está bem se praticar esportes, desde que quem assim o faz saiba o que está fazendo no entanto dar medalhas para artes marciais, campeonatos? Não me parece algo coerente com o propósito inicial para o qual foram criadas. Talvez fosse o caso das artes marciais que se tornaram esportes mudarem de nome e assumirem esta nova faceta. Me preocupa este destaque de medalhas para praticantes de artes marciais tradicionais, pois a população acaba sendo mal informada distorcendo a possibilidade do publico em ver nas mesmas um verdadeiro tesouro para transformar suas vidas em troca do orgulho passageiro em se sentir , “Campeão” por um tempo até que um novo campeonato acabe com este privilégio ilusório.! E assim preferem o futebol, é claro pois está mais de acordo com nossa cultura e muitas mentes deixam de ser iluminadas, e muitas personalidades reprimidas deixam de expressar sua essência por falta de correto treinamento disponível nos dojos.




Prof. Wagner Bull