quinta-feira, 15 de julho de 2010

Parando o conflito ( Budo )

Segundo Gichin Funakoshi O-Sensei: "(...)Situando-se o combate de Karatê entre a vida e a morte, não podemos treinar seriamente senão através das formas de combate convencionais, através das quais cada um se esforça por ultrapassar os seus limites. ”

Admitindo que a vida é luta, duas perspectivas se podem colocar. Podemos pensar nela como uma luta pelo pódio onde é preciso subir, custe o que custar, vencendo para isso os nossos semelhantes, vistos como competidores. Ou podemos vê-la como uma luta pela Vida que se pode percorrer em harmonia e respeito pelos outros, parando o conflito (budo) e sabendo usar a nossa força e a do nosso semelhante com benefícios mútuos.

(C) Copyright: José Patrão, 2000 - 2003

A comprovação de um sábio!

Na introdução à segunda edição do seu mais famoso livro “Karatê-Dô Kyohan”, em 13 de Outubro de 1956, Funakoshi Gichin O-Sensei escreveu:

“(...) Em resultado da desordem social que surgiu no final da Segunda Guerra Mundial, o mundo do Karatê dispersou-se, tal como muitas outras coisas. Aparte o declínio do nível técnico desses tempos, não posso negar que houve momentos em que tomei dolorosamente consciência do quase irreconhecível estado de espírito a que se chegou, face aquele que existia nos tempos em que eu introduzi pela primeira vez e comecei a ensinar Karatê. Embora se possa argumentar que tais mudanças não são mais que o resultado natural da expansão do Karatê-dô, não é óbvio que se possa contemplar tal resultado com regozijo em vez de apreensão. É, pois, com um sentimento misto de alegria e remorso que eu tenho observado e tentado providenciar uma melhor direção para o curso do mundo do Karatê, e sinto dificuldade em calcular qual será a influência que eu ainda possa ter perante tamanha força de corrente. (...)”
Numa entrevista dada em 1982, após a saída de Saigo Kichinosuke Sensei da NKK, Nakayama Masatoshi Sensei que assumiu a presidência daquela organização até sua morte, afirmou:

“(...) Sabe, antes da morte de Mestre Funakoshi eu comecei a investigar no sentido de desenvolver torneios, ou Karatê desportivo. Mas quando eu pedi conselho a Funakoshi Sensei ele recusou-se a comentar. Ele estava preocupado, sabe, que os torneios se tornassem demasiado populares e que, então, os estudantes começassem a afastar-se dos princípios básicos e que praticassem unicamente competição. (...)”

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