sábado, 7 de fevereiro de 2009

Hara ( O Centro )

(resumo do texto original)
Para o japonês o centro, a alma do indivíduo está em sua barriga. Por esta razão quando alguém no passado queria se livrar de uma grande culpa, ou demonstrar coragem, ou uma ultima demonstração de lealdade fazia o “ hara kiri” (cortar o abdomen). O “ Hara”, tem seus componentes físicos bem como os de origem emocional. O “ Rikishi”, o lutador de Sumo, que representa o protótipo somático ideal dos heróis japoneses possui as pernas grossas, os ombros caídos, e um centro massivo, similar a forma de uma pirâmide. Este modelo é copiado por todas as artes japonesas , cujos praticantes procuram mover-se a partir dos quadris, de seus “ Hara ", que representam as bases universais para seus deslocamentos e origem de suas forças. O sucesso do lutador de Sumo depende de sua capacidade em manter o corpo centrado e liderar o centro de seu oponente. De certa forma todos os caminhos marciais japoneses estão alicerçados nesta idéia, e assim todos respeitam o conceito de “ Hara ”, sendo que desta forma, o treinamento das artes marciais japonesas passa invariavelmente pelo controle, e por seu fortalecimento explorando a força dos quadris e da cintura
Especificamente o aikidoista, e o praticante de Judo, Karatê-Dô e outras artes marciais japonesas, colocam toda sua percepção de equilíbrio, controle da respiração, e da gravidade em um lugar alguns centímetros abaixo do umbigo. Este é o “centro”. No pensamento japonês o “ Hara” , é um meio de comunicação, uma forma não verbal de transmitir os sentimentos, as motivações e as intenções. Ele é o radar do artista marcial, que “ pensa” com seu " Hara ", e lá absorve as informações que chegam, e é capaz inclusive de influenciar outras pessoas com ele.
Os seres humanos são todos iguais, tirando a cor da pele e a aparência externa e assim sentimos todos as mesmas coisas. O que ocorreu no Japão foi que se observou a importância desta parte do corpo que fica em nossa barriga, muito mais do que à cabeça, como fizemos aqui no Ocidente. Deste enfoque, basicamente se pode compreender toda a evolução e da cultura do Ocidente e do Oriente. Uma esboça soluções geniais, porem localizadas, incompletas, que a longo prazo acabam trazendo distorções. A outra, parte desde o principio, de idéias integradas com o Todo e portando duradouras. No mundo moderno em que vivemos nem sempre podemos resolver tudo com o “ Hara”, temos que trabalhar com computadores, fazer contas, resolver problemas matemáticos, mas não podemos esquecer, para que possamos ser felizes e integrados, de que tudo o que fizermos deverá estar em harmonia dentro de nosso grande centro, que conduz nossos sentimentos, atitudes mentais integradas e a vitalidade de nossa vida psicológica. É basicamente isto que as Artes Marciais japonesas que possuem o sufixo “ Dô “ , como Judô (tradicional), Kendo, Kyudo, Iaido, Aikido e Karate-Do (tradicional) querem ensinar atraves de suas técnicas. (Instituto Takemussu Brazil )