sábado, 21 de dezembro de 2013

Que a Paz interior reine muito além das fronteiras da razão e que nasça com o Advento Sagrado a incomparável afinidade da pureza do “Ser” com a sublime essência do sentir sincero!
Desejo a todos os que compartilham a infinita missão e em especial aqueles que mesmo ausentes entre nós coexistem em espírito!

Feliz Natal e Novo Ano!
Saúde e Paz!!!

Prof. Sylvio Rechenberg


domingo, 10 de novembro de 2013

" Perfil marcial "

Na arte está implícito que o artista desenvolva as suas capacidades físicas, mentais e espirituais e acabe por conseguir uma harmonia interior capaz de o levar a exprimir tudo aquilo que sente dentro e fora de si e o leve a continuar uma obra, que para ele, eventualmente nunca estará terminada. Assim, será necessária muita dedicação, humildade e um espírito de sacrifício, sem pensar no resultado final ou em qualquer tipo de recompensa!

sábado, 2 de novembro de 2013

Arte Marcial e a "distorção"!

As pessoas que não querem seguir os ensinamentos do Zen, a verdadeira base do Bushido, não precisam fazer isso. Elas estão simplesmente usando as Artes Marciais como diversão; para elas, são esportes como quaisquer outros. Mas as pessoas que querem viver suas vidas em uma dimensão mais elevada “precisam compreender”.

Ninguém pode ser obrigado e ninguém pode ser criticado. Uns são como crianças brincando com carros de brinquedo, e os outros dirigem carros de verdade. Eu não tenho nada contra esportes; eles treinam o corpo e desenvolvem a energia e a resistência. Mas o espírito de competição e a energia que cerca isso não é uma boa coisa, isso reflete uma visão distorcida da vida.

A raiz das Artes Marciais não está aqui!

Os professores são parcialmente responsáveis por essa situação, eles treinam o corpo e ensinam as técnicas, mas não fazem nada pela consciência. E o resultado disso é que seus alunos lutam para vencer, como crianças brincando de guerra. Não existe sabedoria neste ponto de vista e ele é completamente inútil para a organização de suas vidas.

Qual é a utilidade de suas técnicas na vida diária de cada um deles?

Os esportes são apenas diversão e no final, devido ao espírito de competição, eles desgastam o corpo. É por isso que as Artes Marciais deveriam lutar para recapturar sua dimensão original.

No espírito do Zen e do Budo a vida diária se torna a competição. Devem existir prêmios a cada momento – ao se levantar pela manhã, ao trabalhar, ao comer, ao ir para a cama.

de Taisen Deshimaru

domingo, 27 de outubro de 2013

Kumite ( 組手)

Esteja disposto a confrontar-te para melhorar algo em ti;
Esteja consciente para descobrir-te para entender mais de ti;
Esteja preparado para superar-te;
Saiba que o universo ao teu redor esta ao redor de todos os demais;
Que a energia que brota de ti conspira para o mundo;
E que o mundo no qual respiras te permite vivenciá-lo;
De nada adianta lutar contra outros se o conflito continua em ti!

Prof. Sylvio Rechenberg

domingo, 20 de outubro de 2013

" Involução "

A graduação nas artes marciais: Vivemos em uma sociedade, ou melhor, em um mundo, que valoriza a “aparência” das coisas, não importando o que se “É” e sim o que se parece “SER”. Valores que outrora tinham um sentido intelectual e prático, ou ético e moral, hoje já não importam, e é bem visto aquele que tem uma boa memória e consegue decorar uma série de livros, ou ainda aquele que possui uma boa oratória.
 
Dentro deste contexto, nos deparamos com um problema comum a quase todas as artes marciais modernas: o fato de que hoje as pessoas têm procurado as academias para praticar as diversas modalidades “marciais” em busca da aquisição de uma faixa preta ou qualquer outra graduação que aos olhos dos outros sejam sinônimo de “poder”, ou seja, buscam uma espécie de valorização ou vaidade pessoal que nada tem a ver com o verdadeiro objetivo das artes marciais.
 
São responsáveis por esta deturpação a maioria dos instrutores, professores e “mestres” da atualidade que, com raras exceções, não se importam com seus alunos e não querem saber o que eles fazem com os “ensinamentos” que recebem. Estão sim, preocupados com o pagamento das mensalidades e com as taxas cobradas para o exame de graduação, que é o motivo pelo qual dão aulas.
 
Porém, este não é um problema inerente somente as artes marciais… estende-se a todas as áreas da pedagogia e irá persistir até o dia em que as pessoas pararem de agir a partir de elementos externos e passarem a exercitar suas tendências naturais, pois para que se possa realizar um bom trabalho, em qualquer área, é necessário ter VOCAÇÃO. Aliás, deveríamos dar mais atenção a este assunto, pois na vocação está a chave para a realização pessoal e para a tão sonhada felicidade.
 
" Quando nos deparamos com a triste realidade de nosso sistema educacional, chegamos à conclusão de que as atividades que deveriam ser benéficas, como é caso das artes marciais, acabam prejudicando não somente o praticante, mas também a imagem da arte praticada. "
 
Porém, se pararmos por apenas um instante para refletir sobre a prática marcial, certamente chegaremos as seguintes conclusões: Não basta ter socos, chutes e bloqueios fortes, precisamos também ter princípios fortes; Não basta falar de coisas boas, precisamos e devemos praticá-las; Não basta coragem para o combate é preciso coragem para enfrentar a grande luta da vida, onde os desafios são diários; Não basta dominarmos nosso corpo e achar que isto é suficiente para merecer uma faixa preta, devemos tornar “faixa preta” nossa consciência e nosso coração, pois agindo desta forma pouco importará qual a cor da faixa que ostentamos na cintura, até mesmo porque não andamos uniformizados em todas as ocasiões de nossas vidas.
 
Todos os praticantes de artes marciais deveriam fazer aumentar junto com sua graduação as suas virtudes, para que venham a se tornar pessoas de moral, de bom caráter.
 
Portanto, somente é faixa preta aquele que, sem preconceitos, busca o conhecimento e procura fazer dele uma prática diária; Somente é faixa preta aquele que respeita a sabedoria eterna, seu mestre, seus companheiros de treinamento, sua família e todos seus semelhantes; Somente é faixa preta aquele que busca harmonizar sua personalidade efêmera deixando assim transparecer, ainda que de forma distorcida, a beleza de sua alma; Somente é faixa preta aquele que dedica sua vida para ensinar o pouco que sabe aos outros, através de seu próprio exemplo; Somente é faixa preta aquele que no meio da confusão moderna ouve a voz da sua consciência e se mantém fiel aos valores que moveram, movem e sempre moverão os grandes guerreiros… ou como está descrito na frase de alguém cujo nome não lembro, mas que jamais esquecerei as palavras:
 
“Ser um autêntico faixa preta não é ser mais, mas se tornar menos. Menos agressivo. menos vaidoso, menos autoritário, menos cobiçoso, menos invejoso, menos egoísta, menos apegado, menos ignorante, menos violento, menos…”
Denis Augusto Cordeiro Andretta

domingo, 13 de outubro de 2013

" Sensei " - 先生


"Os que seguirem o Karatê desenvolverão coragem e resistência. Quem treinar de forma verdadeira e compreender realmente o “Dô” do Karatê, nunca é facilmente arrastado para um combate".
“Dô” tem um sentido superior no nosso treino e na nossa própria disciplina, não se trata apenas de nos tornarmos fortes e eficazes na aplicação das técnicas da nossa Arte Marcial, mas, acima de tudo, de nos desenvolvermos física e espiritualmente enquanto pessoas.
Falo sobretudo para aqueles que praticam uma Arte Marcial e cujo nome está indissociavelmente ligado ao “Dô” de que falava o mestre Funakoshi (Karatê-Dô). Para estes uma Arte Marcial é baseada em princípios milenares de “ honra e de respeito “. E esses princípios começam e acabam na relação do mestre com o seu discípulo. Uma relação cujos laços são mais estreitos do que os próprios vínculos de família e que transcendem a raça e a nacionalidade.
Será que sempre que nos recolhemos na posição de “Seiza”, compreendemos e nos identificamos realmente, com esses princípios de honra, respeito e etiqueta; será que aceitamos verdadeiramente o rígido código de honra, que a partir do nosso interior, devia orientar a nossa conduta de vida?
No esforço de tornar as Artes Marciais populares e acessíveis a muita gente, estas estão se transformando numa indústria, comprometendo princípios fundamentais que nunca deveriam ser comprometidos. A nossa “Arte” que nos apresenta em reverência ao “Dô” que tanto desejamos compreender e alcançar, não foi concebida para dar dinheiro. Não é um negócio, é uma relação física e espiritual entre professor e aluno. É uma forma de fazer passar a sabedoria à nova geração, de fazer passar a cultura e a técnica para a geração seguinte. E isso nada tem a ver com dinheiro e com o lucro. Tem a ver, talvez, com os tempos que vivemos. Estes tempos em que o Mosteiro de Shaolin recebe anualmente a visita de mais de um milhão de turistas e onde os monges vendem T-shirts estampadas com a figura de Bodhidharma.
Armando P.

domingo, 6 de outubro de 2013

domingo, 29 de setembro de 2013

Breve comentário de Oscar Masato Higa'sensei (Shorin Ryu Kyudokan) sobre o Karatê-Dô.



domingo, 15 de setembro de 2013


domingo, 8 de setembro de 2013

Caminho das pedras!


Estudar e aprender Karatê-Dô esta muito além de vestir um quimono amarrar uma faixa na cintura e “brincar” de luta, pulando de um lado para outro!
A Arte Marcial de O’Sensei Funakoshi esta “muito além” do comum de um “esporte de luta”!
A maior parte da população não tem a menor ideia do que é Arte Marcial, a mídia de modo geral por sua vez não tem nenhum interesse em esclarecer sobre o assunto, para a mídia o que importa é divulgar, enfatizar, compactuar com tudo que trás retorno populista e que gera mais e mais noticias, pouco importando sua propriedade, sua real finalidade, muito menos o que vai contra os interesses da maioria da população desinformada culturalmente. Até porque povo ignorante garante constante manobra oportunista!
Como afirmo sempre, o Karatê-Dô é para todos, mas nem todos são para o Karatê-Dô; ocorre que a partir do momento em que são esclarecidos aspectos e princípios fundamentais, racionais e éticos, condizentes com o verdadeiro propósito e a efetiva compreensão do “porque” e do “para que” aprender e praticar o Karatê-Dô conforme sua origem, haverá uma consequente identificação de valores que na atualidade estão completamente “esquecidos” e pior do que isso, omitidos por descaso e irresponsabilidade nos "propósitos originais"!
Muitas pessoas que hoje “nada compartilham” com a equivocada trajetória e a deturpada visão das Artes Marciais, teriam a oportunidade de conhecer e vivenciar plenamente o “Caminho” verdadeiro identificando a essência real, se beneficiando construtivamente em todos os sentidos e por toda vida;  bem como muitos outros que hoje se vangloriam de façanhas lúdicas, as conquistas de brinquedo e os infelizes alienados de arena, finalmente rotulariam sua lamentável vocação sem com isso corromper, manchar ou envergonhar a honorável história destas Artes milenares extraordinárias!
O que gera popularidade é justamente a facilitação de normas e interpretações favoráveis ao acaso.  Estudar Karatê-Dô não é confrontar, mas "confrontar-se"!          
Prof. Sylvio Rechenberg

quinta-feira, 29 de agosto de 2013


Existe o tempo de separar o joio do trigo! Em verdade, o trigo sempre foi trigo e o joio sempre foi joio, mas somente de um se valha o homem! Durante o “Caminho” eis que tudo se repete!
Prof. Sylvio Rechenberg

sábado, 17 de agosto de 2013

" Ser "

Existem dois tipos de poder, o Poder “Incorruptível” e o outro!
 
O “Ser” é determinado pela sua natureza espiritual, moral, de conteúdo emocional, que enfatiza o caráter ilibado, pela elevação infinita da essência divina. Já o “Ter” se define pela obtenção de valores mensuráveis, pela quantidade física, a aquisição da substancia finita, conquista aferida pelo ego!
 
A realização no “ser mais que os demais” é proporcional ao “Ter”, logo, danoso, limitado e inútil!
 
Na Arte do Karatê-Dô se percebe claramente o que é “um” e o que é o outro!

A honorável virtude reside na honorável sabedoria, o “Caminho” é honorável!

Prof. Sylvio Rechenberg

domingo, 4 de agosto de 2013

O "Caminho" é para todos.

Aprender sobre a Arte do Karatê-Dô irá depender da  importância que se dá para uma atividade vitalícia que se instala nos passos que se somam no “Caminho” de uma jornada.
 
Por aqui já passaram muitos entusiastas com expectativas de sucesso mundano, porem muitos outros que aqui se forjaram tinham “pés no chão” e o coração desprovido do ego.
 
A vantagem de aplicar o Karatê-Dô em todas as coisas é que se percebe o quanto dele tem em tudo que fazemos, transformando causa e efeito em frações de constante aprendizado e amadurecimento pessoal.
 
O “Caminho” é para todos, mas nem todos são para o “Caminho”!

Prof. Sylvio Rechenberg

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Juízo!

O tempo segue adiante e com ele segue a "vida" que te chama todos os dias...

Os rastros de uma jornada se apagam com o tempo...

Mas ainda existem teus passos, “Caminhar” só depende de ti...

A " Via " do Karatê-Dō é duradoura e sem fim!

Prof. Sylvio Rechenberg

domingo, 14 de julho de 2013

A Formação!

A pratica do Karatê-Dô é acumulativa, quanto mais praticar mais forte se enraizará em ti!
O correto aprendizado será proporcional ao teu empenho e a tua dedicação pessoal!
Foi criado para gerar frutos construtivos, proporcionando saúde, segurança e Paz interior!
Saiba utiliza-lo todos os dias da tua vida!
Sua aplicação definirá teu caráter!

Prof. Sylvio Rechenberg

domingo, 16 de junho de 2013

“Faixa Preta”, todos almejam, pouquíssimos o são!

Não basta querer é preciso buscar, se empenhar, sacrificar-se, submeter-se, ter por norma, estar disposto a transformar-se, polir o caráter, disciplinar e sacrificar o ego, superar as fraquezas e confrontar-se exaustivamente, aperfeiçoando-se construtivamente, amadurecer para a vida, honrar as virtudes, os ensinamentos recebidos ao longo dos anos!

Adquirir destreza é comum nos esportes, em qualquer atividade física, qualquer academia no mundo capitalista proporciona a ênfase material, o culto ao corpo, pela força, pela estética, pela competição, o que no ocidente tem o lamentável sentido e a interpretação distorcida da “valorização” pessoal e um equivocado “status” na sociedade.

Ultimamente tem se notado o modismo das lutas, do crescente gosto pelo conflito, pela violência acirrada, descontrolada, pela ascendente desvalorização do “ser” humano, pela disputa injustificável, bestial, por simples prazer de agredir a outrem sem razão, mas por mera emoção, diversão para as massas e o estopim para uma decadência cultural e social irreparável, influenciando e denegrindo as novas gerações.

As Artes Marciais tem sua ideologia histórica embasada na nobre valorização do “Ser”, na contenção da agressividade, no respeito acima de tudo, na formação dos valores morais, na importância do espirito e na manifestação da humildade como premissa para paz e da harmonia universal. Nada tendo em haver com esporte ou modismos deturpados enaltecendo o ego.  Apontamentos citados exaustivamente na história dos seus grandes “ fundadores e mentores originais ” .

A utilização das “vias de fato” tem a sua real função, unicamente, para salvaguardar a vida da morte eminente, tão somente para a necessidade única e primária da sobrevivência pessoal exclusiva. Sem tal necessidade extrema e inevitável, qualquer sentimento que promova discórdia, prepotência ou soberba é prejudicial no desenvolvimento das qualidades e virtudes humanas, conforme a doutrinação milenar destas Artes Marciais tradicionais incomparáveis e incontestáveis na sua nobre e honorável missão.

Infelizmente os que se espelham na triste realidade dos nossos dias, empunhando as bandeiras da inovação distorcida e desenfreada, desencadeando ganancia e vaidade, desvalorizando as raízes, desprezando as sábias lições, conspiram para o caos, estão fadados ao derrotismo pessoal, à conduta depressiva e a constante aflição do ego imaturo.

O tempo se encarregará de provar o lamentável equivoco, estes atos irresponsáveis, irreparáveis, se refletem na sociedade e já demonstram suas manchas, só não vê quem não quer ver!

“Faixa Preta”, todos almejam, pouquíssimos o são!

Prof. Sylvio Rechenberg

quinta-feira, 6 de junho de 2013


O vídeo a seguir mostra técnicas de aplicação prática em situações de risco, juntamente com Tameshiwari ( quebramento ), com o foco principal não no rompimento dos objetos mas em por a prova os conhecimentos adquiridos, condicionamento corporal, controle mental e confiança. As demonstrações são executadas por vários Karatekas de diferentes escolas.    -   Vale a pena conferir!

sábado, 25 de maio de 2013

Escola para a vida!

Nos “tempos de ouro”, por volta dos idos dos anos '70, quando comecei a trilhar e vivenciar o “Caminho”, imperava a vontade sublime, voraz, indômita, indescritível, insaciável de aprender, estudar e praticar a honorável Arte maior do Karatê-Dô!
Praticava-se com “alma”, sangue, suor e lagrimas, com agonia sem fim, tamanha a disciplina!
Onde os olhos eram espelho da alma e se percebia o fascínio do despertar pela Arte!
Longe vai o dia em que se sentia no ar a energia, o invisível, o sobrenatural obsessivo da força interior, que vem das entranhas, do mais profundo do “Ser”, do incomparável querer saber aprender sobre o “Caminho”!
Lá não tinha tempo, nem lugar, nem condição, nem coisa alguma que impedia os sacrifícios!
Havia a certeza imutável da vontade infinita e única do “aprender por aprender” para saber!
Empenhados de corpo, mente e espírito, orgulhosos, leais a nossa “segunda família”, o Karatê-Dô!
A obediência, a hierarquia, o respeito inquestionável, a honra ilibada, a imaculada conduta!
Não havia cansaço, nem desanimo, nem dor alguma capaz de afastar-nos dos “castigos” da lição, a lição para a vida!
Lições vivenciadas com tanta emoção, que o próprio cheiro do couro cru, da corda de sisal, da lona surrada, do quimono encharcado, do assoalho gasto da madeira maciça, temperava nossos sonhos e se enraizava na eternidade da nossa busca incessante, inquietante!
Sonhos movidos por um ideal, um ideal apenas, um nobre ideal, sem precisar de estímulos, nem de elogios, nem de motivações externas, mas “unicamente para ser um Karateka”, muito mais que vencedores, mas Karatekas de verdade!!!
Prof. Sylvio Rechenberg

sábado, 11 de maio de 2013

Aprender Karatê-Dô é se dar uma chance para conhecer a si mesmo!

 
Nos dias de hoje, ainda, a maioria das pessoas não tem ideia do que é Karatê-Dô. A mídia infelizmente prega e enfatiza o sensacionalismo, distorcendo o seu "conceito real".
Grande parte dos responsáveis pela sua difusão, não tem o menor interesse em orientar sobre sua real finalidade, muito menos em aprender sobre o verdadeiro Karatê-Dô.
 
Nesses tempos, o que vale é a competição, a esportivisação, a facilitação e o descomprometimento com o futuro desta Arte Marcial extraordinária.
 
A real Arte Marcial milenar, não foi criada com propósitos lúdicos como campeonatos, torneios e afins, mas foi constituída com a nobre finalidade de salvaguardar a própria vida através da prática rigorosa e constante do auto-aperfeiçoamento construtivo, superando as fraquezas humanas nos três aspectos, “físico, mental e espiritual”, mantendo-se assim incorruptível, inviolável, exclusiva, e de acordo com os seus sábios e legítimos criadores, “para a vida toda”!
 
Porem com as recentes distorções, interpretações equivocadas e total “falta de controle das grandes organizações”, o dito "Karatê" por aí, se tornou um jogo, uma "brincadeira de luta", atiçada pelo ego inflamado, desiquilibrado, valendo-se da fraqueza humana pelo conflito, pela disputa pela “pseudo” vitória sobre o outro, nada mais do que marionetes animadas!
 
"Aprender Karatê-Dô é se dar uma chance para conhecer a si mesmo"!
 
Esteja disposto a confrontar-te para melhorar algo em ti; esteja consciente para descobrir-te e entender mais de ti; esteja preparado para superar-te a ti mesmo!
 
Saiba que o universo ao teu redor esta ao redor de todos os demais; que a energia que brota de ti conspira para o mundo, e que o mundo no qual respiras te permite "vivenciá-lo em harmonia"!
 
De nada adianta lutar contra os outros se o verdadeiro conflito se manifesta em ti!
 
Prof. Sylvio Rechenberg

sábado, 4 de maio de 2013

Para o entendimento da génese do Karatê-Dô.

Profundamente religioso, Gichin Funakoshi'O-Sensei era Taoísta, enquanto vivia em Okinawa, ensinava os clássicos Chineses, como o Tao Te Ching de Lao Tzu. Quando O'Sensei Gichin Funakoshi adicionou a palavra Dô (caminho, via espiritual), ao termo "Mãos  Vazias", estabeleceu uma filosofia de vida, (o espírito do Karatê), que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenos. Um método de se auto aperfeiçoar continuamente durante toda a vida, muito além de um simples método de defesa sem armas, (Caminho das Mãos Vazias).

" Ele (o Karatê-Dô) se enraizou e é amplamente praticado em toda a Ásia, entre povos que professam credos tão distintos como o Budismo, o Islamismo, o Hinduísmo, o Bramanismo e o Taoísmo. No transcurso da história humana, artes de autodefesa específicas atraíram seus próprios seguidores em várias regiões da Ásia, mas existe uma semelhança subjacente básica entre todas elas.

O Karatê-Dô teve um desenvolvimento maior devido ao incentivo do Budismo, visto que os monges o utilizavam como um meio de percorrer o “Caminho” rumo à auto-iluminação. Nos séculos sétimo (VII) e oitavo (VIII), budistas japoneses viajaram para as cortes de (Sui e T’ang), onde aprenderam a versão chinesa da arte, trazendo para o Japão alguns de seus aperfeiçoamentos.

Durante muitos anos, aqui no Japão, o Karatê-Dô continuou confinado nos largos muros dos templos, de modo particular dos do budismo zen; aparentemente, não era praticado por outras pessoas, até que os samurais começaram a treinar no recinto dos templos e assim ficaram sabendo da existência da arte. Como o conhecemos atualmente, o Karatê-Dô foi aperfeiçoado por Gichin Funakoshi'O-Sensei. "

Genshin Hironishi’Sensei  (discípulo direto de O'Sensei Funakoshi)


Confucionismo:
 
Azato'Sensei fora um estudioso do confucionismo!

O Confucionismo não se trata de uma religião. Não possui um credo estabelecido, mas apenas determinações rituais de caráter social, que permitem a um adepto do Confucionismo a liberdade de crença em qualquer tipo de sistema metafísico ou religioso que não vá contra as regras de respeito mútuo e etiqueta pessoal.

Surge no séc. VI a.C. na China com Confúcio, que funda no pequeno estado de “Lou” a primeira “escola de educação”. O Confucionismo acabaria por tornar-se o conjunto de regras e convenções morais, jurídicas e linguísticas oficiais de toda a China.

O Confucionismo atingiu um pleno sucesso, tornando-se uma filosofia moral de profundo impacto na estrutura social e cotidiana da sociedade. O valor ao estudo, à disciplina, à ordem, à consciência política e ao trabalho são lemas que o Confucionismo introduziu de maneira definitiva na vida da civilização chinesa da antiguidade aos dias de hoje.

Regra de Ouro do Confucionismo: " não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a ti ".


Taoísmo:
 
“Nasce” com Lao-Tsé (n. 571, m. 479 a.C.). Coexiste desde o seu início com o Confucionismo sendo, em muitos aspectos, complementar-antagónico deste. Trata do Tao (= Dô) conceito sem tradução perfeita. É o “Dô” do Kendô, do Iai-Dô, do Judô, do Karatê-Dô. É também, em muitos aspectos, a fonte do Budismo-Zen.

Tao não é um conceito que possamos captar ou compreender intelectualmente, mas é uma realidade que podemos presenciar, vivenciar e praticar. Por exemplo, a prática do Kata Taikyoku-Shodan, ao longo de anos e anos, permite-nos conviver com o Tao, embrenharmo-nos no seu fluxo sem que, no entanto, o possamos definir ou explicar.

O Taoísmo é uma maneira de estar no mundo de acordo com o Tao, de acordo com o fluxo natural do mundo e da vida. Trata-se de “não remar contra a maré”, de aceitar o seu ímpeto, de fluir com ele. “O que é contrário ao Tao, cedo desaparece”.

O Taoísmo está na raiz da medicina, da culinária, da construção de edifícios, da pintura, da caligrafia ou das Artes Marciais orientais... “

" Nunca vás contra a Natureza ” afirmava o Funakoshi'O-Sensei!


Budismo:
 
O Budismo surgiu no séc. VI a.C. com Siddhartha Gautama - o Buda ( O que despertou, o iluminado ) (n 622? a.C. e m. 543? a.C. no sopé do Himalaia, hoje chamado Nepal ). Buda não deixou ensinamento escrito, mas os monges budistas espalharam a sua religião por todo o extremo oriente. O Budismo dá entrada no Japão no séc. VI d.C., fundindo-se com a tradição religiosa nativa (O Shintoísmo). Importa-lhe determinar as causas do sofrimento humano e modificar a atitude do indivíduo perante o mundo, de forma a eliminar esse sofrimento. Buda identifica, nas suas (4 Nobres Verdades essenciais), a causa da doença da humanidade, a seguir passa à afirmação de que a doença pode ser curada, finalmente prescreve o método de cura:

- A 1ª Verdade Nobre identifica o (sofrimento ou a frustração) como “doença” básica fundamental do homem.
 
- A 2ª Verdade Nobre revela-nos a causa desse sofrimento, (o apego ou a avidez). É o apego a determinadas ideias, ou fatos, ou pessoas, ou objetos (que encaramos ilusoriamente como coisas individuais e nossas), que nos leva a esquecer que tudo é mutável e transitório, que tudo o que tem um princípio tem um fim, inclusive o nosso ilusório “eu”.

- A 3ª Verdade Nobre afirma que o sofrimento e a frustração podem chegar a um fim. “É possível transcender o círculo vicioso de "samsara", livrar-se do jugo do karma (Lei de causa e efeito) e alcançar um estado de libertação total: o Nirvana (Paz no estado de Buda). Neste estado, as noções falsas de um “eu” separado desaparecem para sempre e a unidade da vida torna-se numa sensação constante”.

- A 4ª Verdade Nobre é a prescrição da cura - o Caminho óctuplo do auto-desenvolvimento que nos leva ao Estado de Buda.


Budismo Zen
 
Raiz filosófica do Bushi-Dô (o código dos samurais) e, por consequência, do Budo (as Artes Marciais). A pior maneira de o revelar seria dar dele qualquer definição. O Zen pratica-se e confunde-se com a própria prática. Lembremo-nos de Zen-kutsu-dachi.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Raízes ( estruturação ideológica, filosófica, doutrinária ).

( Como sabemos, havia em Okinawa, nos tempos antigos, duas escolas, Nahate e Shurite, e considerava-se que tinham ligação com as duas escolas do boxe chinês chamadas Wutang e Shorinji Kempo que floresceram durante as dinastias Yuan, Ming e Chin. Atribui-se a fundação da escola Wutang a um certo Chang Sanfeng e a da escola Shorinji ao próprio Daruma (Bodhidharma), o fundador do zen-budismo. De acordo com os relatos, ambas as escolas eram extremamente populares, e seus seguidores davam frequentes demonstrações públicas.  A lenda nos conta que a escola Wutang recebeu seu nome a partir da montanha chinesa onde o Karatê teria sido praticado pela primeira vez, enquanto Shorinji é a pronúncia japonesa para o Templo Shaolin na Província de Hunan, onde Daruma pregou o caminho do Buda. Segundo uma versão da história, seus seguidores eram fisicamente despreparados para os rigores do treinamento que ele exigia; assim, depois de muitos caírem de exaustão, ele lhes ordenava que começassem, já na manhã seguinte, a treinar seus corpos de modo que suas mentes e corações se dispusessem a aceitar e seguir o caminho do Buda. Seu método de treinamento era uma forma de boxe que veio a ser conhecido como Shorinji Kempo. Por menos que se aceitem as lendas como fato histórico, penso que quase não há dúvida de que o boxe chinês realmente cruzou o mar na direção de Okinawa, onde se misturou com um estilo de luta de punho originária de Okinawa para formar a base do que hoje conhecemos como Karatê. )...

( O texto acima foi extraído do livro de O'Sensei Gichin Funakoshi - "Karatê-Dô - O Meu Modo de Vida" )

O mosteiro de Shaolin na China, ficou muito famoso no ocidente a partir da década de 70 com um seriado da TV intitulado "Kung Fu". Onde se retratava muito bem o espirito Zen, o espirito esotérico, místico, transcendental da vida de um monge do Templo de Shaolin por volta do século XIX. Neste antigo mosteiro os monges estudavam o Budismo, o Taoísmo, medicina natural, estudando com toda profundidade o "Caminho" da vida, da "iluminação". Este mosteiro tem seu registro por volta do século VI d.C., sendo que o mais conhecido destes templos localiza-se na província de "Honan", próximo a Pequim no norte da China (mosteiro do norte). Mais tarde é inaugurado um mosteiro na província de "Canton" no sul da China, que praticamente hoje já não existe mais. Houveram mais alguns mas que permaneceram bem menos tempo em evidência. Na década de 40 quando o comunismo se instalou na China, na revolução cultural chinesa, todo tipo de religiosidade foi banida, tudo o que não fosse a ( pregação materialista comunista ) seria proibido. Nos dias de hoje este templo é meramente uma escola de fachada, onde se ensina e pratica o lado físico marcial, principalmente para atrair o turismo, fazendo apresentações ao público, promovendo cursos entre outros, com meros interesses comerciais, porem nada que vise realmente a "iluminação", nada que vise a busca interior como na sua forma histórica original, impedidos, vetados pelo sistema de se manifestarem através daquela ideologia doutrinaria milenar.

Com a fundação do mosteiro de Shaolin, no processo da expansão do Budismo na Ásia, da Índia migrando para a China, 1000 anos depois da morte de Buda que por sua vez viveu no século VI a.c., defrontando-se com a filosofia Chinesa de três mil anos, o Taoísmo de (Lao Tzu). O budismo que por sua vez é extremamente objetivo e não tem nada de misticismo em sua doutrina, por outro lado o Taoísmo tem o lado místico, espiritual, exotérico muito profundo. Então a forte cultura chinesa funde-se com a Indiana surgindo assim uma nova forma de praticar sua espiritualidade, o Budismo com o Taoísmo gerando o Budismo Ch'an, derivando em japonês com o nome de Zen (Zen-Budismo). E tudo isso aconteceu justamente dentro do mosteiro de Shaolin ( nome da floresta onde o templo foi construído durante a dinastia Ming ), onde seriam introduzidas as Artes Marciais utilizadas como uma ferramenta para o aprimoramento dos discípulos. Tal método foi o único no mundo.

O grande patriarca budista indiano chamado Bodhidharma (Daruma), veio da Índia para a China, atravessando o Himalaia, chegando ao mosteiro de Shaolin. Porém antes de ser um monge "iluminado", Bodhidharma era um guerreiro, um general de exército indiano, que largou toda sua vida, entrando num monastério budista onde seguiu até a sua "iluminação".

No Templo Shaolin por sua vez, Bodhidharma percebeu certa fraqueza e debilidade que impedia aos monges locais atingirem seus ideais nos rigores da meditação e atividades afins que lhes eram impostas diariamente. Assim, Daruma implantou um sistema de treinamento físico aos monges, com exercícios de ginástica trazidos da Índia, juntamente com técnicas de respiração e de consciência corporal, iniciando-se então os fundamentos de uma Arte Marcial como base sólida para ajudar na busca do ideal das práticas espirituais. Começando daí a tradição na disciplina rigorosa de se incorporar estes exercícios de Artes Marciais (Wu-Su) na complementação do estudo dos monges do templo "Shaolin" nas gerações seguintes. Então, com o passar do tempo e com a característica do Budismo e do Taoísmo serem muito contemplativos, e de criar uma harmonia com a natureza, os próprios monges locais, observando a maneira de agir dos animais quando atacados e como se defendiam. Começaram a perceber que poderiam aprender com os mesmos e incorporar tal método aos exercícios regulares, surgindo daí e com o passar de muito tempo, ao longo de 1200 anos aproximadamente, os vários estilos e suas variações.

A prática da leitura e o estudo dos sutras budistas, dos sutras taoístas, da humildade através do trabalho diário da manutenção do templo, varrendo, limpando, plantando e colhendo, convivendo com os mestres diariamente, de um treinamento interior real, além do estudo na leitura e na escrita como qualquer estudante as diversas disciplinas inerentes a doutrina, conjuntamente com a prática do (Wu-Shu) Artes Marciais, no sentido do aprimoramento técnico, do auto aperfeiçoamento, visando o domínio do corpo, da mente e do espírito, tudo isso junto e incorporado era denominado de "Kung Fu".

Obviamente na mesma época na China existia o exército chinês, bem como várias escolas de Wu-Shu (Arte Marcial), porém nada tendo em haver com o "Kung Fu", denominação dada ao conjunto de ensinamentos adquiridos ao longo de muitos anos no vivenciamento e no amadurecimento daqueles monges do Templo Shaolin.

Houve uma faze no final da dinastia Ming por volta de 1650 d.C., uma grande guerra numa revolução com a Manchúria, com os Manchus que vinham do norte com o imperador Ching, destituindo a dinastia Ming e implantando a dinastia Ching. Proibindo a partir daí a pratica de Artes Marciais na China, mas os rebeldes que não aceitavam este novo governo planejavam uma contra revolução para tentar derrubar o Imperador Ching para novamente restituir a dinastia Ming. E como não tinham um local seguro para a pratica das Artes Marciais, estes se candidatavam a monges no templo de Shaolin, se caso conseguissem, passavam três ou quatro anos aprendendo o básico naquele mosteiro, desertando depois de algum tempo, pulando os muros e voltando para suas aldeias para treinarem o maior número de pessoas naqueles novos ensinamentos para poderem guerrear contra o governo. Percebendo tais atitudes constantes, os militares da dinastia Ching detectaram a origem daqueles revolucionários e chegaram ao Mosteiro Shaolin. Logo o imperador Ching enviou 10.000 homens para destruir o templo, queimando o mosteiro e matando a maioria dos monges lá encontrados. Alguns conseguiram escapar e que mais tarde perpetuaram a tradição em uma outra fase. Mas o mosteiro ficou mais de 70 anos destruído. A dinastia Ching permaneceu intocada até a revolução cultural chinesa com a implantação do comunismo.
 
Segue seriado da TV intitulado "Kung Fu" na década de 70, vale assistir e atentar ao genuíno espírito "Budô", da vida de um monge do mosteiro Shaolin por volta do século XIX. Um filme sério, educativo e esclarecedor !
 
 
 
 

sábado, 20 de abril de 2013

O foco!

Procure esforçar-se mais e mais a cada dia no estudo do Karatê-Dô; você pode!
O aprendizado é para toda tua vida, portanto não o encare como um esporte!
É uma doutrina milenar, esta fundamentado num modo de vida; em como você pode agir para ter uma vida mais saudável, duradoura e segura!
Seja paciente, não tenha pressa, concentre-se, persista constantemente, estude-o e pratique diariamente, torne-o parte do seu dia a dia!
As dificuldades sempre lhe serão apresentadas, são elas que lhe farão sábio(a), diligente e capaz diante das intempéries da vida, é por isso que praticamos o Karatê-Dô!
Estudar Karatê-Dô não é para alguns, mas para todos, porem, não existem atalhos!
O maior adversário esta dentro de cada um de nós!
Prof. Sylvio Rechenberg

sábado, 13 de abril de 2013

O retrato de O'Sensei.


O retrato de Gichin Funakoshi’O-Sensei, o pai do Karatê, é exposto nas paredes das academias maciçamente mundo afora, contudo, lamentavelmente, mesmo sem conhecerem corretamente sua história, nem seus pensamentos, muito menos sua orientação ideológica e filosófica sobre a prática, reverenciam-no a cada nova sessão, porém, com uma falsa interpretação e um entendimento completamente distorcido e equivocado sobre o Karatê-Dô, agem indiscriminadamente, contrários aos seus conceitos, contrários aos seus ensinamentos e ignorando a correta e real orientação sobre o Caminho das Mãos Vazias ( Karatê-Dô ).
Aqueles que se preocupam com a origem, o exclusivo sentido da prática, sua fundamentação e a real doutrinação desta honorável Arte, e querem seguir a risca a determinação do verdadeiro legado de O’Sensei Funakoshi, precisam e devem pesquisar profundamente sobre o assunto, pois não podem se deixar influenciar por modismos ocidentalizados, nem por conceitos de fachada, porque é cada vez maior sua corrompida transmissão!

Prof. Sylvio Rechenberg

domingo, 31 de março de 2013

O "kimono interior" (着物空手).


Neste fim de semana, como faço a mais de 30 anos, fui lavar o meu kimono (karate-gi), e como moro em apartamento, lavo-o no chão do banheiro, no box do chuveiro. Após ter lavado o lado de fora com a escova, o lado que todos veem, me deu vontade de virar para o lado avesso, fiquei surpreso com a sujeira e o caruncho impregnados no tecido. Então comecei a esfregar, e por mais sabão que colocava, e por mais força que esfregava a escova no caruncho, ele continuava ali, pouco saía, percebia que a marca preta continuava. Então comecei a refletir se a minha vida não era um kimono mal esfregado, digo, o meu lado de fora, que todos veem, está limpo e branco, mas o meu lado interno, que ninguém vê, como está? Nesta minha “sujeira interior”, comecei a procurar minhas falhas, minha falta de fé, minha falta de compreensão com os demais, minha arrogância, a minha falta de companheirismo com meus amigos, irmãos, e de repente até com meus filhos. Tomei consciência dos meus carunchos! Depois de lavar o kimono, liguei para um colega de trabalho, pois na quinta-feira, eu não soube compreendê-lo, e ele não soube me compreender, havia discutido com ele. Então, por telefone, eu lhe pedi desculpas, o que me surpreendeu, é que ele me ouviu e me desculpou. Eu sei que o caruncho está ali ainda, mas vou me esforçar e lavar mais vezes, por mais sabão, e botar toda força que eu puder, para que realmente o “meu kimono interior” esteja limpo!
Amigo, eu só fui lavar meu kimono...
Que bom que lavei!

Prof. José Roberto


sábado, 23 de março de 2013

Querer não é poder!

Aprender o verdadeiro Karatê é como atravessar um rio com fortes "correntezas", poucos conseguirão! Seu estudo requer grande disciplina, dedicação, seriedade, humildade, respeito, esforço, fidelidade, integridade, lealdade, paciência, perseverança, persistência e determinação inabalável. Virtudes da retidão de caráter!
 
As "correntezas" na vida "moderna" corrompem o "Caminho", confundem, iludem, alimentam o ego, fomentam a cobiça, a vaidade, a soberba, a prepotência, destruindo valores, somatizando conflitos!
 
No Karatê-Dô as "correntezas" são "interiores"!

Prof. Sylvio Rechenberg

quinta-feira, 21 de março de 2013

O trabalho interior no Karatê-Dô.


domingo, 10 de março de 2013


sábado, 19 de janeiro de 2013

Você estuda e pratica Karatê?

Se está lendo estas reflexões quer dizer que, de alguma forma se encontra vinculado com o Karatê, assim sendo, será que alguma vez se deteve para pensar se o que você pratica é realmente Karatê? Antes de seguir com a leitura destas palavras pergunte-se: O que entendo por Karatê? O mais provável e dou-lhe toda a razão é que seja exatamente o contrário do que realmente é. Existe um conceito de Karatê bastante generalizado em que a violência, o egoísmo, o individualismo e a vaidade são conceitos manipulados, incorporados e acrescentados pelos meios de comunicação, já que na nossa sociedade isso é o que "vende". Estamos acostumados a competir em todos os campos e situações da vida, então porque não competir no Karatê? Será isto que os nossos mestres, fundadores desta Arte queriam para todos nós, para a sociedade humana? O que pensará o mestre Funakoshi e o mestre Egami da evolução a que foi conduzida esta Arte Marcial? Você acredita realmente que os atributos mencionados anteriormente eram as metas de evolução do Karatê, que estes mestres tinham planejado?

Se você pratica competição (eu não vou chamar de Karatê) convido-o a refletir fortemente nestas palavras já que o verdadeiro " DÔ" não é o caminho da violência, mas sim pelo contrário, o caminho da paz. Sim, o Karatê-Dô é o Caminho da Paz, a arte transformada em amor, o caminho da superação pessoal baseado no amor, amor a si mesmo, amor para com o seu companheiro de treino, amor para com o seu Dojo, amor para com o que o rodeia, amor pela natureza, amor para com o ensino, amor para com a espiritualidade. Amor, respeito, lealdade, companheirismo, desprendimento, são alguns dos conceitos que os nossos mestres trataram de nos entregar através desta "Arte" chamada KARATÊ. Se aceitamos que Karatê é uma Arte para a "vida", é espiritualidade, é conexão com o universo, com a energia vital, com o Ki, o que é então a competição?
 
Deixarei semeada a incógnita, mas antes volto a perguntar: que sentido tem o vencer outra pessoa? Qual é o prazer de causar dano a um companheiro de treino? Que quero eu demonstrar ao fraturar uma costela? É tão importante sentir-se "ganhador", mas ganhador de quê? Vale a pena lesionar ou causar dano a outro ser humano para ter uma medalha no armário? Para ser o melhor? O melhor de quê? Em quê? Para quê? Deixo semeada a incógnita e cada um deve refletir profundamente e encontrar as respostas, as suas próprias respostas baseadas no aprofundamento pessoal desta formosa Arte chamada Karatê, que nunca foi, nem será um meio para causar dano a outrem, muito menos um meio para enaltecer e alimentar egos, sentimentos errados, vaidades.

Então não percamos tempo, despertemos e lancemo-nos à aventura do crescimento pessoal, da busca do próprio eu, e quão longe chegaremos? Tudo depende de quanto estejamos dispostos a nos aprofundar.


Claudio Fariña

domingo, 6 de janeiro de 2013

A sabedoria do "Tao" ( Caminho )

Não entres em competição com os demais, torna-te como a terra que nos nutre, que nos dá o necessário.
Ajuda ao próximo a perceber suas qualidades, a perceber suas virtudes, a brilhar. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, crie conflitos.
 
Texto Taoísta.