Conceito formador:
Frequentar um (Dōjō) de Karatê-Dô
do mesmo modo de como ser sócio de um clube ou coisa do gênero, ir na academia
e treinar três vezes por semana, pagar uma contribuição mensal e usar
vestimentas com o nome da academia é para muitos mais do que suficiente.
Contudo, isso nada tem haver com o compromisso de se envolver de verdade com os
estudos da Honorável Arte! Alguns até treinam fora do horário de aula visando
um determinado acontecimento que está por vir, então na verdade treinam em
função daquele ensejo. Isso é o mesmo que se preparar para uma prova só porque
vai haver uma cobrança do que aprenderam, nada existe aí de envolvimento real,
se trata apenas de uma necessidade formal para a obtenção de um resultado satisfatório,
nada, além disso! Porém, se envolver com o estudo da Honorável Arte quer dizer,
submeter-se, aprofundar-se, doar-se inteiramente no processo que a verdadeira “busca”
requer! É agir com legitimidade, se empenhar com toda a pureza da alma para que
com fidelidade, tempo, disposição e sacrifício possa sentir-se completamente
livre de qualquer outro percalço que possa abalar a plena convicção no
engajamento único nessa luta pessoal do auto aperfeiçoamento construtivo que a
Arte requer e exige. Deve-se seguir o raciocínio lógico de Azato
Yasutsune’Sensei, ele dizia, “hito Kata san nen” ( um Kata em três anos ), ou
seja, estudar durante muito e muito tempo uma coisa de cada vez e cada vez com
mais entusiasmo, com interesse “incorruptível” e uma dedicação “voraz e
permanente” para a devida solidificação do êxito e assim sucessivamente durante
a vida toda do praticante! O “Caminho” do Karatê de O’Sensei Funakoshi segue
por rochas grandes e pequenas, sendo que por serem “maciças e estáveis” vez por
outra fazem tropeçar! É nessas horas de esgotamento físico, mental e muitas
vezes espiritual, onde realmente começa a lição, fazendo lembrar que estudar
Karatê-Dô não é participar sem se envolver incondicionalmente e por completo!
Prof. Sylvio Rechenberg