Na vida muitas e muitas vezes
estamos entre o ideal e o real.
De um lado o ideal, de acordo com
a educação primordial individual proveniente do clã da família com os conceitos de
valores, deveres, obrigações morais, bem como a formação conforme nosso contato
com professores(as) e de pessoas que nos orientaram construtivamente para
enfrentarmos o mundo, influenciando
diretamente nossa conduta, juntamente com o que fantasiamos em função do ego
pessoal.
Do outro lado, os fatos como
realmente acontecem e se encontram presentes no dia a dia, oriundos do nosso
contato com o mundo externo somado as experiências que vivenciamos ao longo do
tempo, o choque das diferenças culturais, a inversão dos valores, os modismos,
as armadilhas dos deslumbres, as decepções dos relacionamentos, as tentações e
facilitações, a profunda influencia da mídia oportunista, a desvalorização e a ausência
das leis, a omissão dos responsáveis, a corrupção do sistema, a "cultura" das aparências.
Enquanto vivenciamos os verdes
anos do glamour, dos encantos e das euforias casuais somos levados a acreditar
que certas coisas de nada irão transformar os anseios imediatistas que
visionamos serem os corretos. Além disso, convivemos num mundo onde aceitar o
errado, o contraditório equivocado, se calar diante da imoralidade, da degradação da decência
e dos bons costumes, ignorar os mais velhos, menosprezar e desconsiderar princípios
é absolutamente comum e considerado “moderno” e até “inovador” nos dias atuais.
Aprender Karatê-Dô de O'Sensei implica em
aceitar o grande desafio de superar as amarras do ego, de contrariar o fascínio
pela disputa com o outro e renunciar as próprias vontades para então absorver,
enraizar e compreender a doutrina. A cultura, a filosofia, bem como a ideologia
só se aprende quando o espirito, a mente
e o corpo estiverem dispostos ao “vazio” que a Honorável Arte determina e
comporta!
Prof. Sylvio Rechenberg
Prof. Sylvio Rechenberg