Em 1972 Isao Obata’Sensei, um dos
homens de confiança de O-Sensei’Funakoshi, mais uma vez reforçava e previa o fim
do Karatê-Dō. Comprovando justamente o que O-Sensei mais temia e que também havia
advertido e orientado já em 1940, quando PROIBIU terminantemente a prática
da competição, ratificando a orientação em 1941, dizendo a seus alunos que caso
participassem de campeonatos seriam expulsos!
Funakoshi’O-Sensei, entendia que a
“competição” induz a um espírito de violência, portanto contrário à essência do
Budō e prejudicando a correta formação do indivíduo!
No entanto, lamentavelmente e
para grande tristeza e angustia de O-Sensei, a pressão “política” que existia
na época, principalmente por parte de pessoas ligadas ao meio universitário, pelo
tolo desejo da competição, sempre se manteve presente.
E somada a uma diversidade
cultural distorcendo a real finalidade do Karatê-Dō de O-Sensei’Funakoshi, abrindo
espaço a ideia de torná-lo um esporte de competição em massa e consequentemente a disputa de
interesses pelo poder nas diversas organizações envolvidas, a ganância
de lideranças nas inúmeras agremiações pró competição que atualmente “orientam”
na “modalidade”, a total falta de informação mas também o sensacionalismo da mídia, o grande interesse popular pela violência, tudo isso favoreceu e favorece definitivamente
essa lamentável degradação, gerando decadência e predispondo ao fim da Honorável Arte de O-Sensei’Funakoshi, tranformando-a em nada mais do que um "jogo"! Tal como no
Judô, que alcançou tamanha popularidade unicamente devido a triste importância
que se dá ao aspecto competitivo nos esportes ao redor do mundo, principalmente
no mundo ocidental, onde a cultura do “ter” é que conta, onde “o outro é visto
de cima” e onde o “ser” não passa de um momento de “glória”!
Prof.Sylvio Rechenberg