Adquirir destreza é comum nos esportes, em qualquer atividade física, qualquer academia no mundo capitalista proporciona a ênfase material, o culto ao corpo, pela força, pela estética, pela competição, o que no ocidente tem o lamentável sentido e a interpretação distorcida da “valorização” pessoal e um equivocado “status” na sociedade.
Ultimamente tem se notado o modismo das lutas, do crescente gosto pelo conflito, pela violência acirrada, descontrolada, pela ascendente desvalorização do “ser” humano, pela disputa injustificável, bestial, por simples prazer de agredir a outrem sem razão, mas por mera emoção, diversão para as massas e o estopim para uma decadência cultural e social irreparável, influenciando e denegrindo as novas gerações.
As Artes Marciais tem sua ideologia histórica embasada na nobre valorização do “Ser”, na contenção da agressividade, no respeito acima de tudo, na formação dos valores morais, na importância do espirito e na manifestação da humildade como premissa para paz e da harmonia universal. Nada tendo em haver com esporte ou modismos deturpados enaltecendo o ego. Apontamentos citados exaustivamente na história dos seus grandes “ fundadores e mentores originais ” .
A utilização das “vias de fato” tem a sua real função, unicamente, para salvaguardar a vida da morte eminente, tão somente para a necessidade única e primária da sobrevivência pessoal exclusiva. Sem tal necessidade extrema e inevitável, qualquer sentimento que promova discórdia, prepotência ou soberba é prejudicial no desenvolvimento das qualidades e virtudes humanas, conforme a doutrinação milenar destas Artes Marciais tradicionais incomparáveis e incontestáveis na sua nobre e honorável missão.
Infelizmente os que se espelham na triste realidade dos nossos dias, empunhando as bandeiras da inovação distorcida e desenfreada, desencadeando ganancia e vaidade, desvalorizando as raízes, desprezando as sábias lições, conspiram para o caos, estão fadados ao derrotismo pessoal, à conduta depressiva e a constante aflição do ego imaturo.
O tempo se encarregará de provar o lamentável equivoco, estes atos irresponsáveis, irreparáveis, se refletem na sociedade e já demonstram suas manchas, só não vê quem não quer ver!
“Faixa Preta”, todos almejam, pouquíssimos o são!
Prof. Sylvio Rechenberg
O texto acima foi publicado em nosso blog em 2013.
https://shotokan-ortodoxo.blogspot.com/2013/06/faixa-preta-todos-almejam-pouquissimos.html