sexta-feira, 8 de junho de 2012

“ Descaminho ”


O dom de aprender esta na alma!
Ninguém aprende sem que a alma esteja presente!
A Arte não se aprende com a vontade, mas com a necessidade espiritual da busca!
A busca não é do corpo, mas do “ser” interior que existe em cada um de nós!
Este “ser” não é o “ser” materializado pela vaidade, mas o “ser” da liberdade incondicional!
Não existe estimulo, muito menos condição para praticar a Arte!
A essência esta num estado puro de espírito, pronto para vivenciar a lição!
A prática muito mais do que o “resultado” da prática é o segredo da satisfação!
Não existem caminhos diferentes para se chegar a sua compreensão! Somente “UM” leva o praticante ao ápice da busca, este “Caminho” é o trilhado pela sabedoria do passado, onde os conceitos, os valores, as virtudes, são embasados no desenvolvimento espiritual, no amadurecimento, na evolução construtiva do homem, simplesmente porque aqueles que criaram a Arte, não a criaram pela recompensa mundana, ou para brincar de luta, nem para simples esporte, mas pela nobre necessidade da sobrevivência, caracterizada unicamente pelo respeito a vida, e nela, a manifestação exclusiva da alma!
O derradeiro Caminho do Karatê jamais se encontra nos atalhos, mas na longa e firme caminhada, porem  aqueles que enveredam por modismos esportivos atrás de títulos ou premiações de qualquer tipo, tão logo se frustram, desanimam e abandonam a jornada! Outros que por sorte casual se prendem as mesmices, tão logo se findem, ficarão na lembrança temporária, cairão no esquecimento, a empolgação se apaga, a emoção termina e também abandonam a jornada! Durante o curto tempo da mocidade existem os deslumbres da fantasia e o fascínio pela ilusão da conquista lúdica, porem quando as expectativas se revelam e a verdade se fixa no entendimento do intelecto, o tempo perdido no caminho errado nunca mais se recupera, limitada se torna a realidade e o juízo por fim estabelece o real sentido da razão! O Karatê-Dô não é para poucos anos, mas para a vida toda, assim era o desejo de O’Sensei! “


Autor: Prof. Sylvio Rechenberg