“ A arte do Caminho das Mãos Vazias foi criada para o auto-aperfeiçoamento e conseqüente defesa pessoal, física, mental e espiritual; possui um caráter formativo e de amadurecimento construtivo, buscando conter o conflito sob todos os aspectos (Budô). Conforme a orientação do seu fundador mestre Gichin Funakoshi O-Sensei “ No Karatê não existe atitude ofensiva “, portanto a partir deste principio fundamental, as ações e manifestações de uma conduta favorável ao ego, predominante nas competições esportivas de todo tipo é inadmissível aqui; onde, além de gerar sentimentos de soberba, estabelece conceitos e valores distorcidos com a realidade, desvirtuando o Caminho e promovendo o conflito, considerando alguns poucos em detrimento da maioria, mas enfatizando contextos lúdicos e do agrado da mídia, porém, absolutamente nada tendo em haver com o Karatê-Dô de O-Sensei Funakoshi!
A má interpretação e a pratica equivocada de sua arte era o que mais preocupava O-Sensei Funakoshi; o fato de que viesse a ser corrompida, utilizada em "disputas vãs", despertaria nos praticantes um perigoso e nocivo sentimento de vaidade e prepotência, não contribuindo em nada nos aspectos formativos, danoso para o real objetivo do Karatê-Dô. No ano de 1940 Gichin Funakoshi O’Sensei proíbe os seus alunos de executarem Jiyu Kumite ("combate livre") por verificar o desejo de competição, pois esta prática induz a um espírito de violência, contrário à essência do Budô. Obviamente O’Sensei já sabia antecipadamente o que a simples prática comum da luta, pode causar se mau empregada, priorizada como um simples esporte.
Considerando a fraqueza humana e a sutil capacidade de vangloriar-se aleatoriamente em contenda contra outrem, mesmo sem a justa atribuição em defesa da própria vida, desperta no estudante a falsa ilusão de vitória e o perigo da influencia negativa sobre o foco verdadeiro.
Infelizmente após a sua morte em 1957, este tipo de prática iniciou e cresce a cada ano. Lamentável verificar-se no dias atuais, que a grande maioria dos “professores” atuam como simples “técnicos desportivos", sem a mínima responsabilidade na formação do caráter, muito menos na correta instrução no estudo do Karatê-Dô na vida destes estudantes, entusiasmados, iludidos com o “comum”, com o “lúdico” na sociedade moderna. Até mesmo crianças sendo instigadas a lutar contra outras crianças, em troca da "premiação material" e da "satisfação do derrotismo do seu semelhante"! "
Me pergunto: Aonde chegaremos lá adiante ? Que virtudes se verão? Que valores existirão?
KARATÊ NI SENTE NASHI 空手に先手無し
Prof. Sylvio Rechenberg
Me pergunto: Aonde chegaremos lá adiante ? Que virtudes se verão? Que valores existirão?
KARATÊ NI SENTE NASHI 空手に先手無し
Prof. Sylvio Rechenberg