Se você
quer apenas aprender a se defender além de querer aprender em pouco tempo algumas
técnicas de luta e ter uma sensação de estar preparado (a) para uma eventual “briga
de rua”, então não existe razão e nem o perfil para se matricular e
frequentar uma academia tradicional de Karatê-Dô! Bem como também não há
razão em aprender alguma forma de “Kata” ou qualquer uma das etiquetas,
nomenclaturas, padrões de bases, posturas, das exaustivas e desgastantes
repetições, da rigorosa disciplina, da cobrança de conduta, do envolvimento e
do comprometimento pessoal e nem mesmo sobre a história que está intrínseca no
estudo e na prática do Karatê-Dô japonês!
Aconselho
você então a procurar um cursinho de defesa pessoal ou aulas do popular “vale-tudo”,
ou alguma atividade semelhante à luta de rua.
Também
não pense que só porque você pratica “karatê" que você automaticamente é
um “karateka” tradicional, pois as tradições originais da Honorável Arte de
O-Sensei’Funakoshi foram drasticamente alteradas, comprometidas com a inovação
do esporte e muitas das quais foram simplesmente abandonadas. Outras, no
entanto foram adaptadas para servirem a prática competitiva, algumas viraram
meras formalidades casuais, lamentavelmente atendendo as exigências do “jogo” e
se adequando as circunstâncias do modismo e de uma aceitação popular motivada pela disputa, tal
prática transformou-se assim numa típica atividade esportiva, meramente lúdica,
e enquadrada às regras do comitê olímpico internacional. Ledo engano!!
Por outro
lado, ainda que raros, existem os que na sua profunda e autentica cumplicidade
e ilibada responsabilidade mantem acesa a chama do Karatê-Dô verdadeiro, que incansáveis,
lutam pela sua necessária e fundamental sobrevivência!
Prof. Sylvio Rechenberg
O-Sensei (Yoko Empi Uchi)