Neste fim de
semana, como faço a mais de 30 anos, fui lavar o meu kimono (karate-gi), e como moro em apartamento, lavo-o no chão do
banheiro, no box do chuveiro. Após ter lavado o lado de fora com a escova, o lado que todos veem,
me deu vontade de virar para o lado avesso, fiquei surpreso com a sujeira e o caruncho impregnados no tecido. Então comecei a esfregar, e por mais
sabão que colocava, e por mais força que esfregava a escova no caruncho, ele
continuava ali, pouco saía, percebia que a marca preta continuava. Então
comecei a refletir se a minha vida não era um kimono mal esfregado, digo, o meu lado de fora, que todos veem,
está limpo e branco, mas o meu lado interno, que ninguém vê, como está? Nesta minha “sujeira interior”, comecei a procurar minhas falhas, minha falta de fé, minha falta de compreensão com os
demais, minha arrogância, a minha falta de companheirismo com meus amigos, irmãos, e de repente até com meus filhos. Tomei consciência dos meus
carunchos! Depois de lavar o kimono, liguei para um colega de trabalho, pois na quinta-feira,
eu não soube compreendê-lo, e ele não soube me compreender, havia discutido com ele. Então, por
telefone, eu lhe pedi desculpas, o que me surpreendeu, é que ele me ouviu e me
desculpou. Eu sei que o caruncho está ali ainda, mas vou me esforçar e lavar mais vezes, por mais sabão, e botar
toda força que eu puder, para que realmente o “meu kimono interior” esteja limpo!
Amigo, eu só fui lavar meu kimono...Que bom que lavei!
Prof. José Roberto