segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O "caminho" da mão vazia - Karatê-Dō (空手道)

"Segundo Gichin Funakoshi'O-Sensei, situando-se o combate de Karatê-Dō entre a vida e a morte, não podemos treinar seriamente senão através das formas de combate convencionais, através das quais cada um se esforça por ultrapassar os seus limites." 

Admitindo que a vida é luta, duas perspectivas se pode colocar: Podemos pensar nela como uma luta pelo pódio onde é preciso subir, custe o que custar, vencendo para isso os nossos semelhantes, vistos como competidores. Ou podemos vê-la como uma luta pela Vida que se pode percorrer em harmonia e respeito pelos outros, parando o conflito (Budō) e sabendo usar a nossa força e a do nosso semelhante com benefícios mútuos. (C) Copyright: José Patrão, 2000 - 2003

(Texto publicado neste blog-educativo em 2008)

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Que valor tem o "caminho"?

Quando iniciei a minha "caminhada" nunca imaginei que isso iria mudar a minha vida e se transformaria num modo de aprender a se conhecer e a valorizar tamanho "saber"!

Saber valorizar depende de como esse "saber" foi pretendido aprender!

Existem duas formas de "aprender", uma delas é o "caminho"!

Prof.Sylvio Rechenberg

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Kyudo Mugen 究道無限

O caminho do estudo nunca acaba! O caminho do aprendizado não tem fim. Não importa o quão profundamente você esteja buscando o "caminho" [do Karatê-Dō ], não há limite! Não importa o quão profundamente você esteja buscando o "caminho", não há limite para ele!   O Karatê-Dō  é sobre treinamento e aprendizado para a vida toda! 

                                      Kyudo Mugen

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Brincar de carrinho ou dirigir um carro de verdade?

Muitos querem aprender Karatê-Dō, querem aprender como dar um soco, como chutar, como se defender numa luta, contudo, se esquecem que isso requer bem mais do que reproduzir movimentos, imitar gestos com as mãos, braços e pernas, algumas horas por semana.

Isso se vê em qualquer academia, na ginástica aeróbica, na musculação, na dança e por aí vai, tudo se imita e através da imitação se reproduz um movimento, que faz muito bem para a saúde se for feito corretamente. 

No Karatê-Dō então, a questão é qual o sentido, qual o objetivo, para que isso serve, qual a intenção por trás disso.

Quando se fala em defender a própria vida, quando se quer aprender a "lutar para sobreviver", para "se manter vivo" num confronto real, então a coisa muda completamente de figura. 

No momento em que você está diante de duas escolhas, viver ou morrer, a escolha fica obvia, mas nessa hora não tem mais tempo para refletir, ou se preparar pelo "manual"!

E aí é que está a questão, o Karatê-Dō trata disso e se não for com esse conceito que você pratica, que você estuda e que você verdadeiramente busca desenvolver no Dōjo , você me desculpe, mas está completamente equivocado, iludido, fantasiando uma coisa que você não conseguirá reproduzir em uma situação real se continuar no faz de conta, no protelar, empurrando com a barriga!

Isso que incomoda, e que deve fazer a gente agir da forma correta, e que deve ser a razão para nos manter praticando todos os dias, sem exceção, sem desculpas, sem interferência, sem qualquer coisa que nos desvie desse foco!

Pessoalmente, eu também me cobro muito porque sei que preciso me superar! Tudo à nossa volta nos faz lutar se observarmos com atenção, a cada respiração que fazemos estamos lutando pela vida, sendo o bem mais precioso que temos, mas que nos foi emprestado por um tempo! 

Você tem uma força interior desconhecida dentro de você, à medida que avança no "caminho" do Karatê-Dō, você vai tomando consciência disso, e, portanto, tudo fica claro como o dia, só que NÃO é por meio de uma prática como se faz no esporte, num jogo, numa recreação ou em algumas horas de treinamento suado, se você quer realmente aprender Karatê-Dō então você preciso MUDAR o teu pensamento!

Prof.Sylvio Rechenberg


terça-feira, 8 de julho de 2025

O Karatê-Dō não é para graduação, glória ou vingança (Minoru Higa'Sensei - Okinawa)

“A coisa mais importante sobre o Karatê-Dō é treinamento básico e comunicação!

Muitos jovens de hoje treinam muito duro por um tempo e depois param. Isso não é bom! Você deve treinar um pouco, mas você deve treinar com frequência. Consistência é o que cria um grande artista marcial, não força bruta.

O Karatê-Dō não é para graduação, glória ou vingança! É um modo de vida: uma maneira de se proteger, uma maneira de construir saúde e uma maneira de unir as pessoas.

Quando treinamos, treinamos como uma comunidade, para que possamos nos esforçar para nos tornar melhores do que ontem. Eu penso em um dojo como um caldeirão, ele pode trazer muitas pessoas diferentes para fazer a mesma coisa, ao mesmo tempo, no mesmo lugar. Isso torna as pessoas homogêneas. Este tipo de ambiente cria paz. O Karatê-Dō  é sobre a criação da paz! "

Minoru Higa'Sensei (Shorin-ryu Karatê-Dō Kyudokan)

sábado, 28 de junho de 2025

Reflita em silêncio!

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Para que é esse Kata?

Você que pensa que "dominou" um Kata e o pratica por saber que será cobrado em algum momento e, portanto, o executa para não esquecer da sua "forma", da sua feitura, saiba então que você está completamente equivocado com esse tipo de atitude! 

Você está preocupado em não esquecer, em não passar vergonha quando for cobrado para executá-lo, você está preocupado de que na hora de uma sabatina talvez não consiga lembrá-lo.

Mas não se pratica Kata para isso!

A menos é claro, que você esteja começando a manter os primeiros contatos com essa "forma" (Kata) e se apropriando de como essa "forma" deve ser executada, ou de como é formada essa "forma", para que ela seja corretamente praticada.

Para aprender corretamente um Kata o tempo de uma vida ainda não será o suficiente, principalmente se você o pratica somente quando está no Dôjo!

Então, se você frequentasse o Dôjo regularmente três vezes por semana e executasse esse mesmo Kata uma vez em cada aula, no final de um ano de prática, você teria executado 156 vezes esse único Kata.

Então, repetindo 156 vezes uma sequência de movimentos que visam a "autodefesa", você garante que ao final desse ano você estará preparado para aplicar parte desses movimentos nas vias de fato em um conflito físico real?

Se você praticar as técnicas que compõem esse Kata, isoladamente, inúmeras vezes em cada aula no Dôjo, talvez no final de um ano, algumas dessas técnicas tenham uma certa eficiência, se forem aplicadas corretamente, mas mesmo assim ainda não estarão absorvidas, ainda não estarão incorporadas a um estado de ação e reação instintivos necessários para uma situação de conflito real.

E isso sem contar com o teu calejamento para suportar impactos nas partes do corpo que serão utilizadas para atacar e defender ao executar essas técnicas, quanto no teu condicionamento físico geral de resistência para suportar socos e ponta pés, bem como se manter assim o tempo que for necessário. 
   
Portanto, num confronto real, a emoção do medo, o estresse, a ansiedade, farão você paralisar, farão você esquecer tudo o que aprendeu, farão você agir descoordenadamente, involuntariamente e desesperadamente para tentar sair vivo daquela situação. 
  
Então, considerando o Kata como uma ferramenta capaz de qualificar ações dinâmicas marciais que devem ser incorporadas, compreendidas e aplicadas, não contra um, mas contra vários adversários, certamente esse objetivo ainda estará muito longe de ser alcançado.

Logo, a questão então não é praticar para não esquecer, mas praticar para sobreviver em uma eventual situação de conflito físico real.
 
Somente assim esse Kata se tornará parte de você, onde você poderá se valer das suas reais finalidades, pelas quais foi criado e passado de geração em geração para ser assim praticado e incorporado ao instinto de sobrevivência que está presente em cada um de nós!

Prof.Sylvio Rechenberg